Deputados do PAICV “preocupados” com “desgoverno e dívidas elevadíssimas” do ICCA em São Vicente (c/áudio)

18-04-2024 14:03

Mindelo, 18 Abr (Inforpress) - Os deputados PAICV eleitos pelo círculo de São Vicente manifestaram-se hoje “preocupados” com a administração do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA) na ilha, que, apontaram, tem demonstrado “sinais claros de desgoverno” e “dívidas elevadíssimas”.

Esta preocupação foi manifestada hoje, em conferência de imprensa, pela deputada Josina Freitas, em reacção às declarações da secretária de Estado de Inclusão Social, Lídia Lima, que disse ter convidado os eleitos nacionais de São Vicente para constatar os projectos que o Governo tem para a delegação do ICCA na ilha.

Segundo a eleita do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) os deputados do seu partido não receberam qualquer convite formal da governante para visitar as instalações do ICCA em São Vicente.

Todavia, reforçou que as declarações que tinha feito no parlamento sobre o estado da instituição “são verdadeiras” porque “reflectem a realidade dos factos observados”.

“Sublinhamos a nossa preocupação com a administração do ICCA em São Vicente que tem demonstrado sinais claros de desgoverno. A alta rotatividade de delegados na instituição nos últimos anos é um indicativo preocupante da instabilidade e dos desafios enfrentados que exigem uma atenção imediata e medidas correctivas”, acusou a parlamentar.

Conforme Josina Freitas, é também preocupante a actual situação financeira do ICCA, que acumulou uma “dívida elevadíssima” com fornecedores de alimentos, prática que “não era comum anteriormente”.

“Primeiro foram dívidas que estavam a ser escondidas, ninguém estava a falar, nem a secretária de Estado, nem o próprio ministro, mas que quando confrontados, na última sessão parlamentar, lá o ministro acabou por assumir que existem e que estão a ser negociadas”, afirmou a mesma fonte, reforçando que os relatórios no ICCA, que são públicos, comprovam as dívidas.

Outra preocupação, acrescentou, é a decisão do Governo de incluir a reinserção social naquele espaço.

“Há muita discussão sobre isso, tendo em conta também que não recebem crianças. Nós ficamos muito preocupados com o instituto. O que queremos acreditar é que o Governo tenha pelo menos pedido um estudo de técnicos da área para saber o que isso pode causar ou não”, adiantou a deputada, para quem o ICCA em São Vicente “já foi modelo de infra-estrutura”, mas hoje apresenta “um quadro de abandono e negligência”.

“Havia uma sala de informática e multiusos completamente equipada com computadores, internet, projector, ar condicionado que servia para as crianças e a comunidade. E, hoje, gostaríamos de saber o que é feito dessa sala. Havia oficinas de electricidade e carpintaria totalmente equipadas e foram desmanteladas”, finalizou.

Na manhã de quarta-feira, 17, a secretária de Estado de Inclusão Social, Lísia Lima, visitou as instalações do ICCA em São Vicente, ocasião em que anunciou a aprovação de um orçamento de cerca de 12 mil contos, proveniente do Fundo Mais, para reabilitar instalações do instituto.

CD/AA

Inforpress/Fim 

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