Coordenador nacional diz que é preciso não baixar a guarda e manter a chama da eliminação do paludismo

25-04-2024 19:47

Cidade da Praia, 25 Abr (Inforpress) – O Coordenador do Programa Nacional de Luta Contra o Paludismo disse hoje que Cabo Verde tem partilhado a sua experiência com outros países, mas alertou que é preciso não baixar a guarda e manter a chama da eliminação.

António Moreira falava durante uma conversa aberta com a população de Fonton, cidade da Praia, sobre a responsabilização social no combate às doenças de transmissão vectorial, promovida pela Direcção Nacional de Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Pública (INPS) no âmbito do Dia Mundial de Luta Contra o Paludismo, celebrado hoje, sob o lema “acelerar a luta contra o paludismo para um mundo mais equitativo”.

Entretanto explicou que o dia de hoje pretende celebrar também a certificação do primeiro país da África subsariana a receber o certificado de país livre do paludismo junto desta comunidade de Fontom, que por muitos anos era conhecida como uma zona de foco de paludismo e de produção de mosquitos.

“Nos estávamos aqui hoje na perspectiva de uma conversa aberta com a população para falarmos sobre a doença e o desafio de manter o certificado de país livre do paludismo, mas também da responsabilidade que cada um tem, porque há sempre essa tendência, que quando não existe mais uma doença a população e os profissionais acabam por esquecer”, precisou.

Alertou que é preciso não baixar a guarda não só para manter a eliminação da doença, que é uma grande responsabilidade do país e de todos, mas pelo facto também de ser um exemplo e uma referência em boas práticas para outros países, sobretudo os africanos.

António Moreira lembrou que o facto de ser um país livre do paludismo exige uma responsabilidade do Governo, das associações, da sociedade civil e, sobretudo, da comunidade que tem um papel crucial nesse processo.

“Devemos continuar juntos nesse "djunta mô" para sermos cada vez mais fortes, porque ainda não consolidamos totalmente, o perigo continua, daí a necessidade de não baixar a guarda e manter a chama da eliminação”, apontou o coordenador que disse que o país tem socializado com outros países as boas práticas e experiências.

Na ocasião, realçou que apesar de Cabo Verde ser um país pequeno, tem tido bons exemplos em matéria de saúde pública e não só, e tem sido um exemplo no continente africano e no mundo.

“Então temos grande responsabilidade, existe uma esperança que alimente os outros países, ou seja, se Cabo Verde conseguiu, nós também podemos conseguir”, acrescentou o coordenador que sublinhou que é preciso continuar a trabalhar e a envolver as comunidades.

Em relação a casos de paludismo, adiantou que de Janeiro a esta data Cabo Verde tem sete casos importados na Praia, São Vicente e Sal, mas sublinhou que o país deve ficar vigilante sobretudo para fazer a detecção precoce e o tratamento correcto e evitar que haja transmissão da doença.

Apontou que há praticamente oito anos e três meses que Cabo Verde não registra nenhum caso local.

As primeiras campanhas de eliminação, aconteceram em dois períodos, de 1967 a 1972 e de 1983 a 1985, em que se conseguiu chegar à interrupção da transmissão.

Lembrando que o país recebeu o certificado como país livre da transmissão autóctone do paludismo, um facto que diz ser “importante” e que se torna necessário dar continuidade à “dedicação e o engajamento da sociedade civil”.

AV/HF

Inforpress/Fim

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