Cimeira sino-lusófona em Macau regressa para relançar cooperação após pandemia

19-04-2024 7:56

Macau, China, 19 Abr (Inforpress) – A China e os países lusófonos voltam a reunir-se em Macau na segunda-feira, 22, após um interregno de oito anos e o fim da pandemia da covid-19, para relançar o comércio e investimento.

A sexta conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa vai decorrer até terça-feira e inclui a assinatura do novo plano de ação do organismo, mais conhecido como Fórum de Macau, até 2027.

O documento vai abranger novas áreas, como economia digital, comércio eletrónico, desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas, entre outras, afirmou, no mês passado, o secretário-geral do Fórum de Macau, Ji Xianzheng.

O volume total do investimento direto chinês nos mercados lusófonos aumentou 122 vezes desde 2003, atingindo 6,9 mil milhões de dólares (6,48 mil milhões de euros) em 2022, indicou o Fórum de Macau, em comunicado.

As exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para a China atingiram 147,5 mil milhões de dólares (136,1 mil milhões de euros) no ano passado, o valor mais elevado desde que o Fórum de Macau começou a apresentar estes dados.

As exportações aumentaram 6,2 % em comparação com 2022, sobretudo devido ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas subiram 11,9 %, para 122,4 mil milhões de dólares (112,9 mil milhões de euros), um novo máximo histórico.

Pelo contrário, as exportações de Angola caíram 18,7 % para 18,9 mil milhões de dólares (17,4 mil milhões de euros), e as vendas de mercadorias de Portugal para a China decresceram 4,1 % para 2,91 mil milhões de dólares (2,69 mil milhões de euros).

A maioria dos países de língua portuguesa exportou menos para o mercado chinês, incluindo Guiné Equatorial (-9,4 %), Timor-Leste (-48,7 %), São Tomé e Príncipe (-53,8 %) e Guiné-Bissau (-40,2 %).

Na terça-feira decorre um Encontro de Empresários da China e dos Países de Língua Portuguesa, para o qual o número de representantes de organizações de promoção do comércio e de empresas lusófonas aumentou mais de 40 % comparativamente com a última edição, em 2016, disse o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM).

No final de março, Ji Xianzheng disse que o encontro devia reunir mais de 600 empresários.

O ministro da Economia, Pedro Reis, que participa na conferência, disse à Lusa que o evento é uma oportunidade para "o reforço da internacionalização da economia portuguesa”, com a China a oferecer "um grande potencial de crescimento" para os exportadores portugueses, nomeadamente em setores como "o agroalimentar, o das infraestruturas e transportes, o do turismo e o da economia azul".

Também o presidente da Câmara de Comércio de Sota-vento de Cabo Verde, Marcos Rodrigues, disse à Lusa pretender “que haja investimento da China em grande escala no país" em outras áreas além do comércio e da construção civil.

Para o delegado de Timor-Leste no Fórum de Macau, António Ramos da Silva, “atrair mais fluxos de capitais da Grande Baía (…) é a principal missão” da delegação timorense, liderada pelo vice-primeiro-ministro, Francisco Kalbuadi Lay, indicou numa nota enviada à Lusa.

A Grande Baía é um projeto chinês que visa criar uma metrópole composta por Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, com mais de 60 milhões de habitantes.

A China criou o Fórum de Macau em 2003.

Cinco conferências ministeriais foram realizadas no território em 2003, 2006, 2010, 2013 e 2016, durante as quais foram aprovados Planos de Ação para a Cooperação Económica e Comercial.

O Secretariado Permanente do Fórum integra três secretários-gerais adjuntos: o timorense Danilo Afonso Henriques (indicado pelos países lusófonos), Xie Ying (nomeada pela China) e Casimiro de Jesus Pinto (nomeado por Macau).

O Secretariado Permanente inclui ainda nove delegados dos países de língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Inforpress/Lusa

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