diáspora


27-07-2024 0:18

Ribeira Grande, 26 Jul (Inforpress) – A imagem de Nossa Senhora do Rosário, padroeira da freguesia do mesmo nome, sediada na cidade da Ribeira Grande, Santo Antão, foi inaugurada hoje à noite, pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

Após o corte da fita, o bispo de Mindelo, Dom Ildo Fortes, presidiu a uma cerimónia de bênção da imagem durante a qual chamou a atenção dos presentes para a figura de “mãe” que Maria encarna, tanto para o seu filho Jesus como para todo o povo.

O primeiro-ministro disse na ocasião que a entrega da imagem de Nossa Senhora do Rosário à população de Santo Antão e de Cabo Verde, “enquadra-se na política do Governo de restaurar, requalificar e edificar a memória colectiva deste País”.

Segundo Ulisses Correia e Silva, muito desse património restaurado é muito antigo, alguns que já vêm do século XV e estavam em elevado grau de degradação “e quando os patrimónios se degradam, é parte da história do País que se degrada”, daí a justificação para o investimento feito nos últimos anos para a recuperação da memória colectiva da nação.

Correia e Silva lembrou que “o Estado é laico, mas o povo não é laico”, isto é, “o povo tem a sua história, a sua identidade e a sua relação com a religião”. Contudo, o primeiro-ministro assumiu que esse espaço será, igualmente, uma referência turística que atrairá visitantes nacionais e estrangeiros.

Já o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Orlando Delgado, manifestou-se orgulhoso por entregar à população “uma obra monumental” que passa a ser, no dizer de Orlando Delgado, “uma das maiores referências do concelho da Ribeira Grande, de Santo Antão e, porque não, de Cabo Verde”.

É que, adiantou Delgado, “trata-se da maior estátua existente em Cabo Verde”.

A imagem da padroeira da freguesia de Nossa Senhora do Rosário tem cerca de 11 metros de altura, da base à coroa, e pode ser vista de quase todas as localidades da freguesia, desde toda a cidade da Ribeira Grande, aos vales da Ribeira Grande e da Ribeira da Torre, bem como das zonas altas da costa leste.

HF/JMV

Inforpress/Fim

27-07-2024 0:25

Ribeira Grande, 26 Jul (Inforpress) – O presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Orlando Delgado, afirmou hoje ser um homem “realizado” por entregar a Ribeira Grande, Santo Antão e Cabo Verde, “a maior obra” da infraestruturação hidráulica do país, a Ponte de Canal.

Durante o seu discurso no acto de inauguração da requalificação da Ponte de Canal, situado em Boca de Ambas Ribeira, Ribeira Grande Santo Antão, Orlando Delgado afirmou que sentiu um misto de satisfação, mas também de “comoção”.

“A obra em si, a questão emblemática, mas a possibilidade de estarmos aqui hoje para restituir, de facto, isso, para que as pessoas possam desfrutar dessa arquitetura é, sem dúvida, uma grande alegria”, enfatizou.

Conforme o autarca a obra ainda funciona tal e qual e para o qual foi construída, ou seja, havia três funções para se construir essa obra, uma é a passagem de água, que na altura da sua execução não havia eletricidade, nem bombagem.

Segundo Orlando Delgado as pessoas tinham que passar a água de um lado para outro, já não tinham como passar a água para poder irrigar todas as propriedades a volta.

Outrossim, a mesma fonte garantiu que vão fazer tudo para potenciar a obra.

“É por isso que estes trabalhos complementares que vão ser feitos aqui são efectivamente importantes para o sucesso dessa grande infraestrutura, que passará a não ser somente para a questão da água, mas que passará agora com uma vertente forte em termos do turismo”, salientou.

O presidente da Câmara da Ribeira Grande relembrou ainda que para a reabilitação da Ponte de Canal foram  lançados três concursos e todos ficaram no “deserto”.

“Não apareceu empresa, porque era uma obra de execução difícil. Lembro-me que na altura a Universidade do Porto veio cá e apresentou, de facto, uma solução, uma solução que era ancorada nos pilares, mas depois viemos cá no terreno e nós dissemos, não, com a empresa construtora, com a SGL, com os técnicos, vamos propor uma nova solução”, disse.

Por sua vez, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse que a preservação e o restauro do património são algo importante para o desenvolvimento do país.

“Não por aquilo que hoje podemos devolver como interesse turístico, mas que conta histórias que precisamos contar para as gerações futuras, para entenderem que o caminho do desenvolvimento não é fácil”, salientou.

Ulisses Correia e Silva disse ainda que Santo Antão está de parabéns e que sabe o quanto as pessoas estimam a  Ponte de Canal e avaliam positivamente a sua reconstrução e reabilitação.

As obras de conservação e reabilitação da Ponte Canal arrancaram em meados de Outubro de 2023, com a montagem do estaleiro e, posteriormente, foram feitas as sapatas de fundação para receber a estrutura metálica que começou a ser montada no final do mês de Fevereiro.

A reabilitação da Ponte Canal era uma antiga reivindicação das autoridades e da população santantonenses que temiam a derrocada desse “ex libris” da ilha de Santo Antão.

A Ponte Canal é uma infra-estrutura hidráulica constituída, na parte superior, por uma levada que leva a água de uma margem para a outra dessa ribeira, para a irrigação das explorações agrícolas nas imediações das localidades de Boca de Ambas-as-Ribeiras e de Boca de Coruja.

Foi edificada no ano de 1956 sob a direcção do engenheiro indiano Kenkró, em alvenaria de pedra e argamassa, erguendo-se num arco abatido de volta perfeita, que, por sua vez, é encimado com molduras também em formato de arco romano, conforme descrição feita pelos técnicos envolvidos no projecto de recuperação dessa infra-estrutura.

 LFS/JMV

Inforpress/Fim

27-07-2024 0:01

Cidade da Praia, 27 Jul (Inforpress) – Os catadores de lixo que têm nesta profissão a busca do sustento reclamam, em declarações à Inforpress, falta de apoio e de materiais de higiene para uma vida mais saudável.

“Somos os catadores de lixos que vão aos contentores recolher restos de alimentos para porcos, garrafas de vidros para venda e materiais recicláveis para transformação, mas a nossa profissão é pouco valorizada já que não temos apoio para uma sobrevivência mais saudável”, disse Beto, que compartilhou a sua luta diária para ter o que comer.

O homem que diz que esta rotina é a sua vida, seu trabalho e fonte de renda, afirma não ter preocupações maiores, apesar das dificuldades relacionadas às doenças e higiene.

“É o meu ramo de negócio onde encontro o meu sustento e ganha-pão”, indicou.

Nessa profissão, que diz ser o seu pequeno negócio, Beto relatou os obstáculos e problemas enfrentados por não ter materiais adequados para recolha das garrafas, afirmando ter contactado a câmara municipal por várias vezes para que lhe ajudassem com kits de higiene.

Afirma ainda que as cartas enviadas às câmaras municipais e ao Ministério da Família resultaram sem qualquer resposta.

Por este motivo diz sentir-se ignorado por acreditar estar batendo em “portas fechadas”, ou por ser apenas um catador de garrafas.

“Já pedi ajuda para obter kits de higiene, com máscaras e luvas, nas câmaras municipais, no Ministério da Família e até escrevi cartas, mas nunca recebi resposta, sempre me mandam embora da porta e pedem para voltar no dia seguinte” explanou.

O seu “pequeno negócio”, segundo conta, dá para pagar a outros com maior necessidade que lhe ajudam a lavar as garrafas que vende aos clientes fixos, sendo a maioria de São Domingos.

Cada saco de garrafas recolhidas e lavadas, e que contém 156 garrafas, é vendido por 400 escudos.

João, por seu lado, catador de restos de comida para vender às pessoas que criam porcos, relatou situação idêntica e preocupações com o facto de entrar no contentor à procura de sobras para vender.

“Sem ajuda e quem nos instrui sobre o que fazer e como fazer o meu maior medo é apanhar uma doença contagiosa já que não disponho de materiais de higiene para salvaguardar a minha saúde”, disse, salientado o preconceito que tem sofrido por estar a buscar o ganha-pão.

Apesar disso, o ponto mais crucial do lixo, constatado pela Inforpress, são os amontoados de resíduos que se acumula nas ruas do concelho da Praia, por atrasos na recolha e indisciplina dos munícipes.

Estes, mesmo com conhecimento das doenças a que estão sujeitos, lançam sacos com restos das suas residências, em zonas proibidas.

Os contentores são revirados, roubados e até queimados, e a situação se tem agravado com a presença de cães que espalham o lixo pelas ruas.

Todo esse panorama constatado pela população praiense, segundo Maria da Luz, mostra a necessidade de se começar a pensar na separação e coleta selectiva do lixo no município da Praia, que tem sido fustigado pelos resíduos gerados pelos bares, lojas e não só.

“Os bares que operam nos subúrbios da capital quando deparam com os contentores cheios deitam as garrafas, em grande quantidade, no chão”, disse Maria da Luz, afirmando que o cenário é caótico aos fins-de-semana.

A Inforpress tentou por todas as vias falar com a responsável por este sector na câmara municipal, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta.

No entanto, a Inforpress soube de fontes da autarquia da Praia que a instituição camarária está a trabalhar num projeto para a separação e reciclagem do lixo.

CG/PC

Inforpress/Fim

26-07-2024 22:52

Ribeira Grande, 26 Jul (Inforpress) – As obras para a construção do Campo Municipal do Tarrafal, com lotação para 1.270 pessoas, arrancam na próxima segunda-feira, 29, anunciou hoje o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Orlando Delgado.

Orlando Delgado, que falava depois do lançamento da primeira pedra do Campo Municipal do Tarrafal, considerou que o acto marca o início oficial da obra, que, segundo o mesmo, vai trazer grandes benefícios para a comunidade local.

Segundo o autarca, o projecto, que há muito tempo era aguardado pelos residentes, representa uma importante promessa cumprida por parte das autoridades locais.

No seu discurso, Orlando Delgado expressou a sua satisfação com o início das obras, e destacou que "não há volta a dar".

Para o autarca ribeira-grandense a construção do campo de futebol do Tarrafal é uma das várias iniciativas de requalificação urbana que visam melhorar as condições de vida e de lazer na região.

"A realização deste projeto é uma demonstração do nosso compromisso com o desenvolvimento da cidade de Ribeira Grande. Estou emocionado por finalmente estarmos aqui, dando início a uma obra que irá beneficiar toda a comunidade", afirmou.

Por sua vez, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, prometeu que no próximo ano, seguramente num dia 24, irão fazer a inauguração deste “grande empreendimento”.

“Estou de acordo com o arquitecto António Jorge, que 24 é de facto um número mágico para a localidade de Tarrafal, mas é um número mágico que se transformou em realidade”, disse.

Segundo Ulisses Correia e Silva o lançamento da obra do campo do Tarrafal é também o símbolo daquilo que é resultado de boa parceria entre a Câmara Municipal e o Governo.

Em Agosto de 2020, na apresentação pública do estudo prévio, o presidente da câmara da Ribeira Grande, Orlando Delgado, avançara que o projecto do Estádio Municipal do Tarrafal estava orçado em 115 mil contos.

“Neste momento temos cinco casas que já estão identificadas e já estamos em processo negocial com os proprietários. Estas casas não impedem que avancemos com o projecto, mas se as tirarmos de lá teremos a possibilidade de alargar infraestrutura”, acrescentou Orlando Delgado naquela ocasião, afirmando-se “muito convicto” que o projeto seria inaugurado “muito brevemente”.

O projecto do Estádio Municipal do Tarrafal, desenhado pelo arquitecto António Jorge Delgado, também engloba uma requalificação futura da zona, sendo que o estádio contará com dimensões de 100x55 metros, com área de segurança da bancada de 7,5 metros de 2,5 metros do lado oposto às casas.

A lotação das bancadas será de 1.270 lugares sentados e vestiário, e, numa primeira fase, terá dois balneários, uma para cada equipa e dois balneários para árbitros.

Contará ainda com duas instalações sanitárias para o público, um gabinete médico, sala de fisioterapia, sala de imprensa, tribunas de transmissão de rádio e televisão, bem como uma sala de conferência e ginásio.

LFS/JMV

Inforpress/Fim

25-07-2024 23:59

Cidade da Praia, 25 Jul (Inforpress) - A deputada do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), Paula Moeda, defendeu hoje a necessidade de se valorizar a classe médica e considerou que a situação dos médicos em Cabo Verde “é preocupante".

A deputada fez estas declarações após uma visita do Grupo Parlamentar do PAICV à Ordem os Médicos de Cabo Verde (OMC), no âmbito dos preparativos para o debate do estado da Nação, agendado para 31 de Julho, em que o sector da saúde é um dos temas a serem discutidos.

"Os seus direitos não estão observados e os adquiridos estão perdidos", afirmou Paula Moeda, para quem os médicos estão sob "pressão e tensão" porque não há acertos entre a classe médica e o Governo e que a situação pode afectar o sector da saúde.

"Tem [o Governo] propostas que não são as que os médicos querem e vão aceitar, porque não são propostas que respeitem a classe, o sacrifício e trabalho que fazem", defendeu a deputada do principal partido da oposição.

“São propostas que vão cair por terra, direitos já adquiridos, neste caso o estatuto dos médicos, que é especial, e que com a nova proposta do Governo, acaba por cair por terra”, acrescentou.

Paula Moeda sugere que é preciso dar oportunidades aos médicos de se formarem na especialidade para cobrir a falta de especialidades que não tem no país, e que isto constituiria a "maior prenda" para esses profissionais.

"É preciso trazer oportunidades e questões concretas, e que resolva sobretudo a nível salarial", sugeriu.

O PAICV considera estas visitas essenciais para compreender de forma mais detalhada os desafios enfrentados por estas instituições numa altura em que, segundo o partido, o país assiste a uma “convulsão laboral generalizadadevido à incapacidade do Governo de dialogar com as classes profissionais.

DG/CP

Inforpress/Fim