Governo destaca necessidade de financiamentos para capitalizar programas de mobilidade no âmbito do Processo Rabat
Governo destaca necessidade de financiamentos para capitalizar programas de mobilidade no âmbito do Processo Rabat
Cidade da Praia, 20 Jun (Inforpress) – A secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Miryan Vieira, destacou hoje, na cidade da Praia, a necessidade de financiamento adequado para capitalizar os programas de mobilidade entre os países.
“Precisamos de financiamento para capitalizar esses programas e também para desenvolver as competências e os talentos, no fundo, estamos a falar de pessoas e da mobilidade das pessoas”, declarou a governante, que considerou que a aposta tem de ser feita no capital humano para que as migrações possam produzir “efeitos positivos” no desenvolvimento”.
Miryan Vieira falava aos jornalistas à margem da reunião temática do Processo de Rabat sobre migração regular e vias de migração legal, que visa explorar canais para esquemas regulares de migração e mobilidade.
O evento conta com a participação de representantes de vários países europeus e africanos e é copresidido por Portugal e Cabo Verde.
"Como sabem, o objectivo primordial deste encontro é a discussão de uma temática importante no quadro do Processo de Rabat, que é a análise dos programas de mobilidade nos países que fazem parte do mesmo. Vamos ver de que forma podemos potencializar esses programas e maximizar o potencial que têm para a produção de efeitos positivos nas sociedades", afirmou.
Miryan Vieira assinalou ainda que Cabo Verde já tem programas especiais de mobilidade com países da União Europeia, no entanto sublinhou a necessidade de uma abordagem “bem planeada” para esses programas, especialmente no espaço de livre circulação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Para a secretária de Estado de Negócios Estrangeiros, a análise e a potencialização desses programas “são cruciais” para maximizar os efeitos positivos nas sociedades envolvidas.
Miryan Vieira reforçou, por outro lado, o compromisso de Cabo Verde com a boa gestão das fronteiras e a participação em diálogos internacionais sobre migração e desenvolvimento.
“Nós somos um país aberto ao mundo, mas também temos de fazer uma boa gestão das nossas fronteiras. Nesse quadro e nesse espírito, Cabo Verde tem participado a nível internacional e promovido diálogos sobre migração e desenvolvimento aqui no país”, sintetizou.
Por seu lado, o secretário de Estado de Negócios Estrangeiros de Portugal, Nuno Sampaio, defendeu a necessidade de estratégias integradas do ponto de vista do desenvolvimento, da formação e da cooperação para que a mobilidade seja benéfica em termos económicos e possa enriquecer culturalmente tanto os países que recebem imigrantes quanto os países de onde vêm os imigrantes.
“Nesse contexto, Portugal e Cabo Verde têm uma relação muito boa, de grande integração da comunidade cabo-verdiana em Portugal, e de uma grande hospitalidade de Cabo Verde em relação a Portugal”, disse Nuno Sampaio, frisando que o objectivo agora é reforçar as estratégias e os programas para que esses fluxos migratórios possam ser “cada vez mais vantajosos” para ambos os países.
O governante português reiterou o compromisso do seu país em actuar como uma ponte entre a Europa e o continente africano, especialmente no tema das migrações, crucial nos dias de hoje, pelo que este fórum representa uma plataforma “essencial e altamente produtiva” para avançar nesse domínio.
TC/AA
Inforpress/Fim