
Mindelo, 05 de Nov (Inforpress) - O presidente da UCID reuniu-se hoje com o Presidente da República para destacar a preocupação de doentes transferidos para Portugal, "obrigados a assinar acordos" para regressar a Cabo Verde sem finalizar o tratamento.
Segundo o líder da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), João Santos Luís, o partido esteve com alguns doentes em Portugal que relataram "situações caricatas" de pacientes oncológicos levados a assinar acordos para regressarem a Cabo Verde sem finalizar o tratamento.
"Não faz sentido, por exemplo, doentes em Portugal, muitos deles receberem ordens para assinarem um documento na instituição do INPS em Portugal e regressar a Cabo Verde sem que o tratamento chegue ao fim", alertou o presidente da UCID.
A preocupação, segundo João Santos Luís, é ainda maior por serem muitas vezes pacientes oncológicos em tratamentos que não existem em Cabo Verde e quando não regressam ao país são "abandonados à própria sorte".
"Muitos deles tomam a decisão de, em vez de regressar, ficarem lá por conta própria e estão a passar por situações indignas, e estas situações devem ser revistas pelo Governo e pelas autoridades afins", acrescentou o presidente dos democratas cristãos.
A UCID, revelou Santos Luís, levou ainda à reunião com o Presidente da República outros dois temas que considera fundamentais como a questão dos universitários em Cabo Verde, que "passam por uma situação não muito boa", e da descentralização de poderes e de competências para os municípios.
Relativamente à descentralização, o presidente da UCID considerou que os municípios precisam ter “mais poderes, mais recursos e mais competências” para desenvolverem as suas localidades e as comunidades. Ainda, que o Orçamento do Estado tem de criar as condições para que uma fatia seja canalizada ao Fundo de Financiamento Municipal para realização de projetos locais, nomeadamente de agricultura, de saneamento básico, construção de habitações.
Por outro lado, em relação aos universitários, a UCID alerta que há alunos provenientes de famílias carenciadas a passarem por "grandes constrangimentos", não só de pagamento de propina, e que podem ser resolvidos pelo Governo.
SN/AA
Inforpress/Fim
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