Ribeira Grande, 18 out (Inforpress) –A criação de quatro museus na ilha de Santo Antão é uma das propostas apresentadas no final do workshop sobre a história da ilha, realizado esta semana, na Ribeira Grande, anunciou o historiador José Évora.
A apresentação da proposta para a criação dos Museus da Água, Museu Etnográfico, Museu da Agricultura e do Museu da Resistência e da Resiliência, na ilha de Santo Antão, foi conhecida durante uma conferência enquadrada no Dia da Cultura e das Comunidades, celebrado hoje, de forma oficial na Ribeira Grande.
O facilitador do workshop, José Évora, que falava em representação do Instituto do Arquivo Histórico Nacional de Cabo Verde, disse em declarações à Inforpress, após a apresentação dos resultados, que o objetivo da conferência foi dar a conhecer o trabalho de uma semana de formação dirigida a vários agentes que estiveram a afinar propostas em prol da promoção do turismo cultural que se quer para Santo Antão.
“Estamos a propor a criação de quatro museus para os três municípios da ilha de Santo Antão, com base nas particularidades históricas da ilha de forma a interligarem numa rede de museus e criar conexão com os centros interpretativos que sabemos que já existem na ilha, de modo a promover a história e o turismo”, justificou.
Conforme as propostas apresentadas o “Museu da Agricultura” deverá ficar sediada na Ribeira Grande, o “Museu Etnográfico de Santo Antão” na cidade da Ponta do Sol, enquanto que o Município do Paul acolherá o “Museu da Resistência e da Resiliência”, sendo que o “Museu da Água” ficará no Município do Porto Novo.
Questionado sobre a escolha do Município do Porto Novo para acolher o “Museu da Água”, o historiador José Évora disse que todos os municípios têm vocação agrícola e poderiam acolher o referido museu, mas explicou que a escolha é uma forma simbólica de reconhecer que “durante muito tempo, desde o século XIX, até um passado muito recente, a água para São Vicente era oriunda de Santo Antão a partir Tarrafal de Monte Trigo, no Porto Novo”.
Durante o seu discurso, o presidente da Camara Municipal da Ribeira Grande comprometeu-se no sentido da instalação dos museus que, no seu entender, vão promover a ligação entre a história e o turismo, de forma a promover a ilha de Santo Antão com verdade, pois, criticou que “neste momento muitos guias turísticos inventam as suas estórias no sentido de promover os seus clientes”.
No workshop foram debatidos temas como "Os fenómenos da resistência em Santo Antão, sinais de resiliência face às adversidades do meio (as secas, as fomes e as epidemias)”, “subsídios para um roteiro do turismo histórico-cultural” e, por fim, “a ilha de Santo Antão, Resistências, Resiliências e Dinâmicas Sociais (1711-1981)".
A vereadora Maria Rodrigues, que representou a autarquia Ribeira-grandense no workshop sobre a história da ilha de Santo Antão, realizado durante esta semana, fez um balanço positivo do evento que culminou com entrega de certificados aos participantes e uma homenagem ao historiador José Évora durante o acto oficial do Dia da Cultura e das Comunidades.
Criado em 2011, o Dia Nacional da Cultura e das Comunidades tem como patrono o poeta Eugénio Tavares, nascido a 18 de Outubro de 1897, na ilha Brava, um dos maiores compositores de mornas cabo-verdianas e um dos pioneiros da emigração cabo-verdiana.
EL/JMV
Inforpress/fim
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