Cidade da Praia, 19 Nov (Inforpress) – O ICCA, em parceria com diversas instituições, realiza hoje, na Praia, mais uma edição do parlamento infanto-juvenil, para promover o debate sobre a “Violência no Contexto Escolar: Cyberbullying e Saúde Mental”.
No âmbito das comemorações do Dia Mundial da Criança e o 35º aniversário da convenção sobre os Direitos da Criança (CDC), a presidente do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), Zaida Freitas, disse que falar de cyberbullying e saúde mental no contexto escolar, é de extrema importância, precisamente quando se comemora os 35 anos da convenção dos Direitos da Criança, um momento para fazer uma reflexão acerca dos princípios desta convenção.
Zaida Freitas ressaltou que essa reflexão acontece no ano que foi decretado como um ano da saúde mental e quando o país se prepara para acelerar a implementação dos objectivos do desenvolvimento sustentável, (ODS 16.2) particularmente no que se refere à erradicação da violência contra crianças e adolescentes.
A violência no ambiente escolar, especialmente o cyberbullying, tem-se mostrado uma preocupação crescente.
“O Cyberbullying é uma nova dimensão de violência, que ainda não é suficientemente conhecida nas nossas escolas, mas sabemos que existe e as suas consequências são devastadoras para a saúde mental das crianças e adolescentes”, afirmou a presidente.
O fenómeno, que ultrapassa os muros escolares, envolve as redes sociais, tornando o controle e a resolução de casos mais complexos.
A reflectir sobre o impacto da Convenção dos Direitos Humanos na legislação de Cabo Verde, Zaida Freitas destacou que, embora o país tenha avançado significativamente na implementação dos princípios da convenção, ainda há desafios a serem superados.
"Ainda não conseguimos erradicar os maus-tratos, a violência sexual e outros tipos de abusos. Mas estamos comprometidos em continuar a trabalhar para garantir que todas as crianças e adolescentes estejam protegidos", afirmou.
A presidente do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente também enfatizou a importância activa dos jovens no processo de elaboração de políticas públicas, conforme a Convenção estabelece o direito das crianças a serem ouvidas e a participarem em todos os processos que envolvam as suas vidas.
“O parlamento infanto-juvenil oferece uma plataforma singular de participação, no momento em que eles podem conversar com os parlamentares e a terão oportunidade de ter uma conversa aberta com o presidente da Assembleia Nacional e com os líderes dos grupos parlamentares, para apresentar as suas questões, portanto esta é uma plataforma de exercício da cidadania”, destacou a mesma fonte.
Uma parte importante do evento foi dedicada à inclusão, com a presença de crianças com necessidades educativas especiais e deficiência. A ideia é garantir que todos os jovens, independentemente das suas condições, tenham a oportunidade de expressar suas preocupações e contribuir para o debate sobre políticas públicas no país.
JBR/HF
Inforpress/Fim
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