Ilha do Sal: Preconceito com crianças com síndrome de Down começa no seio familiar - responsável

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Ilha do Sal: Preconceito com crianças com síndrome de Down começa no seio familiar - responsável
21/03/24 - 04:58 pm

Espargos, 21 Mar (Inforpress) - A administradora do Colégio Letrinhas, na ilha do Sal, Sílvia Sousa, asseverou hoje que o preconceito com crianças portadoras da síndrome de Down começa no seio familiar, o que dificulta a inclusão das pessoas portadoras dessa doença.

Sílvia Sousa fez essa chamada de atenção no dia em que se celebra o Dia Mundial da Síndrome de Down, 21 de Março, como forma de reforçar a prática de inclusão que deve ser levada diariamente, por meio da consciencialização da sociedade e de políticas públicas.

“Temos um problema grave que não me parece das escolas ou do Ministério da Educação, que parece que há um preconceito que começa dentro da família e que dificulta a inclusão de crianças, adolescentes ou adultos portadores de síndrome de Dwon”, afirmou.

“A nível da nossa escola e das outras escolas onde sabemos que há crianças com síndrome e que frequentam as aulas, há um respeito e esforço enorme pela inclusão desses alunos e nós temos pais extremamente abertos e preocupados com a inclusão dos filhos, mas o preconceito, infelizmente, existe nas famílias e no meio social”, acrescentou.

Assim como nas outras escolas, conforme a mesma fonte, o colégio tem adotado medidas para atender às necessidades educacionais especiais de pessoas com síndrome de Down, nomeadamente a adaptação do ambiente de ensino e a contratação de professores especializados.

“Desde que abrimos o colégio, há 14 anos, aquilo que nós temos tentado fazer com planos, algumas vezes bem-sucedidos, outras nem tanto, é lutado pela inclusão, tanto em contexto das salas de aula com todas as adaptações necessárias, uma vez que cada criança é um caso, mas o nosso foco é geralmente nas crianças com necessidades educativas especiais (NEE)”, continuou.

“No caso do Colégio temos alunos que estão aqui há 14 anos e que nos acompanharam neste percurso, que agora estão a chegar ao final da escolaridade e a nossa preocupação não é meramente académica, mas conseguir um equilíbrio entre aquilo que é a formação académica e a ideia de projectos que permitam aproximá-los o mais possível daquilo que será o futuro deles”, contou a administradora.

No entanto Sílvia Sousa, regozijou-se com o percurso que tem sido feito nos últimos anos em Cabo Verde a nível de conscientização e de inclusão “com esforços visíveis dos governos neste sentido”.

“É necessário ver todos os dias como dias das crianças com necessidades educativas especiais, os dias da trissomia 21, porque se queremos ter uma sociedade inclusiva temos que, efectivamente, criar as condições todos os dias e não apenas num dia específico que se assinala no calendário”, conclui.

NA/CP

Inforpress/Fim

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