Deputados infanto-juvenis apresentam recomendações para combater o cyberbullying e melhorar saúde mental nas escolas

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Deputados infanto-juvenis apresentam recomendações para combater o cyberbullying e melhorar saúde mental nas escolas
20/11/24 - 08:28 pm

Cidade da Praia, 20 Nov (Inforpress) – Os deputados infanto-juvenis, reunidos na sessão plenária do Parlamento Infanto-juvenil, apresentaram hoje recomendações para combater o cyberbullying e melhorar a saúde mental nas escolas.

Durante a sessão de encerramento realizada na Biblioteca Nacional da Praia, os jovens parlamentares destacaram os desafios enfrentados pelas crianças e adolescentes do país, com ênfase no aumento do cyberbullying, da violência escolar e das questões de saúde mental no ambiente educativo.

Os deputados iniciaram a sessão sublinhando os avanços na prevenção do cyberbullying e na promoção de uma maior consciencialização sobre a saúde mental, mas alertaram que os problemas persistem.

"Ainda enfrentamos altos índices de violência no contexto escolar, principalmente na forma de cyberbullying, e a falta de apoio psicológico adequado nas escolas é um problema crítico", afirmou João Cardoso, um dos deputados infanto-juvenis.

O grupo de jovens parlamentares reconheceu o esforço do Governo e da sociedade, mas também destacou uma série de lacunas que comprometem a plena efectivação dos direitos das crianças e adolescentes em Cabo Verde.

Nomeadamente, a falta de formação adequada para os professores e pais no combate ao bullying digital, a escassez de psicólogos nas escolas e a ausência de estratégias eficazes para lidar com os transtornos mentais entre os estudantes.

Entre as principais recomendações apresentadas pelos deputados, destacaram a necessidade de reforçar a formação de pais e encarregados de educação para lidar com questões como cyberbullying e saúde mental.

"Professores, pais e encarregados de educação têm falta de experiência para lidar com problemas ligados ao cyberbullying e à violência digital", acrescentou o deputado.

Os deputados sugeriram a inclusão das disciplinas de Formação Pessoal e Social (FPS) e de Educação Digital e Cidadania Online nas escolas, para consciencializar os jovens sobre os perigos da internet e promover comportamentos responsáveis no ambiente virtual.

Além disso, os deputados pedem a criação de métodos mais eficazes e atractivos para abordar o tema da saúde mental, como palestras e actividades interactivas, tendo em conta o desinteresse dos adolescentes e jovens em assistir a palestras.

Também foi sugerida a criação de mecanismos de sensibilização dos pais para uma abordagem educativa mais atractiva e de proximidade para com os filhos, de forma a quebrar o tabu existente na educação por punição.

Foi ainda destacada a importância de uma maior atenção por parte dos pais, familiares e professores, de modo a evitar comportamentos ou atitudes que possam influenciar a prática do bullying de forma transversal.

Segundo João Cardoso, é urgente a criação de gabinetes de apoio psicológico nas escolas e garantir que os alunos tenham acesso a profissionais qualificados para lidar com questões emocionais e psicológicas, especialmente considerando o aumento de casos de transtornos como depressão e ansiedade entre os estudantes.

O grupo de deputados também levantou preocupações sobre a falta de empatia de alguns alunos, professores e até pais em relação aos problemas enfrentados pelos estudantes.

A situação, segundo eles, tem levado a um aumento de casos de transtornos mentais, com consequências graves, incluindo o risco de suicídio entre os jovens.

Com um espírito de urgência, os deputados infanto-juvenis pediram que as autoridades de Cabo Verde priorizem a efectivação dos direitos das crianças e adolescentes, especialmente no que diz respeito à protecção contra o cyberbullying, à promoção da saúde mental e à criação de um ambiente escolar seguro e acolhedor.

"Precisamos que cada criança tenha os seus direitos garantidos. A situação precisa de mais do que palavras, precisa de acções concretas", afirmou João Cardoso.

As recomendações foram formalmente entregues à secretária de Estado da Inclusão Social, Lídia Lima, com a esperança de que, com a mobilização de todos os sectores da sociedade, seja possível garantir um futuro mais seguro, saudável e igualitário para as crianças e jovens cabo-verdianos.

JBR/ZS

Inforpress/Fim

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