Cidade da Praia, 25 Out (Inforpress) – A curadoria científica formada por professores e investigadores acolheu hoje, na cidade da Praia, um ciclo de conferências e debates com especialistas e pesquisadores sobre a comemoração dos 50 anos da independência de Cabo Verde.
A “Educação, Transformação Social e Inovação Tecnológica em Cabo Verde” foi o tema do debate que aconteceu na Biblioteca Nacional, da cidade da Praia.
Sílvia Cardoso, consultora, que falava à imprensa, disse que se trata de um ciclo de conferências que toca os sectores todos da vida do arquipélago enquanto país e que 50 anos é um marco extremamente importante e que merece toda a reflexão, para se perceber “onde estamos, o que fizemos até agora”.
“Até que ponto conseguimos realizar nossos objetivos de transformação e não só, mas de estabelecimento enquanto Estado, como país independente, com capacidade, de Governo, de gestão e de conduziro seu próprio destino”, disse a consultora.
Segundo a mesma fonte, é preciso dar um salto qualitativo em relação aos próximos tempos, que são de um nível de exigência extremamente grande, considerando não só os desafios internos, mas também os desafios que são colocados pela própria globalização.
Por sua vez, Helio Varela, director técnico da Unitel tmais, apresentou uma visão sobre o papel da tecnologia no desenvolvimento do país e destacou a necessidade urgente de uma mudança de paradigma que permita à África aproveitar melhor os seus recursos e potencial.
Sublinhou que a tecnologia deve ser vista como um alavancador essencial para a implementação de uma economia circular.
“A África precisa mudar o seu modelo de desenvolvimento, que tem estado excessivamente dependente da ajuda externa, essa dependência não promove o crescimento sustentável", afirmou.
Hélio disse ainda que se não houver uma mudança significativa, o continente continuará a vender matérias-primas a preços baixos, perpetuando um ciclo de subdesenvolvimento.
No campo da educação, o director criticou a abordagem actual, que se concentra apenas na construção de mais escolas e salas de aula, sem considerar a qualidade do ensino.
"Se investirmos em tecnologia, podemos acelerar o processo de aprendizagem e garantir um acesso mais equitativo ao conhecimento", disse.
A questão da saúde também foi abordada, com o diretor ressaltando que, embora a construção de hospitais e leitos seja necessária, a utilização da tecnologia é fundamental para fornecer serviços de saúde acessíveis a toda a população.
"Devemos desenvolver uma agenda própria de digitalização, que responda às nossas necessidades e realidades", concluiu.
JBR/JMV
Inforpress/Fim
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