Utentes apelam ao Governo para responder aos constrangimentos nos serviços de atendimento dos Negócios Estrangeiros (c/áudio)

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Utentes apelam ao Governo para responder aos constrangimentos nos serviços de atendimento dos Negócios Estrangeiros (c/áudio)
20/07/24 - 01:00 am

Cidade da Praia, 20 Jul - (Inforpress)- Várias pessoas que procuram os serviços do Ministério de Negócios Estrangeiros (MNEC) para tratar os documentos, sobretudo, os estudantes e emigrantes, apelaram sexta-feira à contratação de mais funcionários, para imprimir maior rapidez no atendimento.

Estas considerações foram feitas à Inforpress, por alguns utentes que estavam na fila de espera para serem atendidos nos serviços de atendimento deste ministério, e que apontaram Julho e Agosto como os meses com maior "pico" de procura de tratamento de documentos por parte de estudantes e imigrantes.

Dulce Pinto, uma dessas utentes, visivelmente agastada com a situação, sugeriu que, nesta época do ano, o MNEC contrate mais funcionários para o serviço de atendimento porque as pessoas estão a demorar muito tempo à espera, sobretudo os que vêm do interior e que têm de regressar novamente.

Por seu lado, José Garcia, emigrante que reside na França, reclamou que vem para passar férias e tratar de negócios, mas que passa “muito tempo, horas e horas” na fila das instituições para poder tirar um documento que precisa. 

Testemunha que há dois dias que está a tentar tirar um documento e que isso o deixa desolado, com tanta morosidade no atendimento em várias instituições do país.

Elisabete Tavares, uma outra emigrante em França, que estava na fila para tirar a declaração do emigrante, partilha da mesma opinião. Indignada e triste, diz que perde muito tempo com atendimentos que deveria demorar poucos minutos.

A imigrante em Suíça, Edna Lopes, por sua vez, apelou a contratação de mais funcionários e a formação dos mesmos, porque segundo explicou, nos atendimentos em Cabo Verde constatou que vários funcionários não estão capacitados para exercer essas funções, pela forma como lidam com as pessoas.

Apelou, por outro lado, a um maior cuidado neste sector que "deixa muito a desejar" e que está cada ano "pior", e que não abona uma "boa" imagem para este país.

Em reação a essas reclamações, o director-geral dos Assuntos Consulares e Migrações, António Ramos, disse que esta instituição tem trabalhado sempre para melhorar o atendimento porque, segundo explicou, tem a “plena consciência” de que os imigrantes vêm sobretudo para passar as férias.

Defende ainda que em todo o serviço público trabalha-se com o tempo, e é assim praticamente em todo o mundo, sobretudo o tempo da entrega dos documentos.

Questionado sobre as reclamações dos utentes, este responsável disse que "não corresponde à verdade" que ficam dois, três dias à espera dos documentos. 

Segundo disse, estão disponíveis dois front office destinados só tratar da documentação dos emigrantes que solicitam essencialmente certificado de condição de Emigrante, para efeitos bancários, para que eles possam, nos termos da lei, usufruir dos benefícios bancários que o Governo lhes dá.

Para atenuar esta situação, apela aos emigrantes para solicitarem este certificado no local onde residem e trazer com eles para Cabo Verde.  

“Nós temos consulados, nós temos embaixadas com secções de consulados, e ali seria o local ideal para eles solicitarem o certificado de condição de emigrante e trazerem com eles. Mas eles não fazem isso", explicou.

 Em relação aos estudantes explicou que é uma situação que acontece nessa altura, porque, conforme evidenciou, "há muita procura" para a apostila dos documentos dos que pretendem estudar no exterior. 

“Acontece que o concurso, nesse caso concreto, está aberto desde o dia 24 de Junho, mas chegam aqui em massa na ultima semana, o que causa esse congestionamento no atendimento. Alegam que o Ministério da Educação demorou a emitir-lhes o certificado, esclareceu

A maioria dos utentes inconformados, sobretudo os que residem fora do país, alegara que esta morosidade no atendimento e a multidão que se concentra à porta do ministério não abona a favor da boa imagem” do arquipélago e das suas instituições.

DG/JMV

Inforpress/Fim

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