PAICV denúncia “velhos problemas” na saúde durante jornadas parlamentares em Santiago Sul e Norte (c/áudio)

Praia, 21 Jul (Inforpress) – O PAICV denunciou hoje que a “saúde está doente”, apontando uma série de constrangimentos identificados nas jornadas parlamentares descentralizadas em Santiago (Sul e Norte), com destaque para a falta de recursos humanos, medicamentos e atrasos salariais.

Adélsia Almeida, deputada nacional do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV – oposição), fez essas declarações à Inforpress à margem das visitas que integram as jornadas parlamentares em curso, que decorrem até sexta-feira.

Segundo a mesma fonte, o objectivo é preparar o debate sobre o Estado da Nação, marcado para o dia 31 deste mês, e para isso, estão a recolher contributos de diferentes sectores e comunidades.

“Nós estamos a escutar actores económicos, sociais, do sector da saúde, educação, transportes e demais áreas prioritárias, para termos uma visão alargada do real estado do país”, frisou Adélsia Almeida, eleita por Santiago Sul.

No sector da saúde, após visita ao centro de saúde de Tira-Chapéu, a deputada apontou a persistência de problemas antigos, como a escassez de profissionais, principalmente em áreas especializadas, a existência de longas listas de espera para consultas e cirurgias, e a carência de medicamentos e consumíveis.

A situação da saúde mental também foi criticada, com destaque para a falta de técnicos especializados e estruturas paralisadas como o Hospital da Trindade.

“Centros terapêuticos como a Granja de São Filipe e o de São Vicente funcionam de forma precária, com falhas graves de recursos humanos e financeiros”, denunciou.

Adélsia Almeida alertou ainda para o não cumprimento da lei em relação à reposição das taxas moderadoras isentadas, o que, segundo a deputada, tem colocado os centros de saúde em dificuldades de gestão corrente.

 “O Governo não tem repassado os valores que devia compensar, deixando os centros em défice”, criticou.

A falta de segurança nos centros da cidade da Praia, os atrasos salariais de agentes da luta antivectorial e do serviço fitossanitário, bem como a indefinição em torno do Plano de Cargos, Funções e Remunerações (PCFR) para técnicos da saúde, foram também temas levantados.

Sobre as infra-estruturas, a parlamentar recordou a promessa do Governo de construir um hospital de referência na Praia desde 2016, projecto que continua por concretizar.

“O Hospital da Trindade está parado há mais de três anos, embora já tenha financiamento garantido”, criticou.

O centro de saúde da Achadinha e o PMI da Fazenda também aguardam por obras de reabilitação”, afirmou.

Estas jornadas parlamentares descentralizadas, promovidas pelo grupo parlamentar do PAICV, incluem uma série de encontros com operadores económicos, instituições e comunidades locais de Santiago Sul e Norte, com o propósito de recolher subsídios que alimentem o posicionamento do partido no debate do Estado da Nação.

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