
Mindelo, 05 Nov (Inforpress) – O ministro do Mar, Jorge Santos, propôs hoje a criação de um Observatório Lusófono do Mar, destinado à monitorização conjunta de indicadores oceânicos e ao reforço da cooperação científica entre os países da CPLP.
Jorge Santos falava na abertura da reunião do Conselho de Ministros para os Assuntos do Mar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre no Mindelo, integrada na 8.ª edição da Cabo Verde Ocean Week (Semana dos Oceanos de Cabo Verde).
Segundo o ministro, ter esse observatório é um grande objectivo, porque dará a possibilidade de fazer um diagnóstico e de dispor de meios científicos para a tomada de decisão.
O governante propôs igualmente a concretização do Centro de Excelência para a Sub-Região Africana, já aprovado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), com o objectivo de aprofundar a formação, a investigação e a inovação no domínio marítimo.
Pediu também o reforço da mobilidade académica e científica entre as instituições da CPLP, promovendo uma “verdadeira rede de conhecimento e partilha de saberes”.
O ministro do Mar defendeu ainda a promoção de uma diplomacia que “leve a voz e a visão da CPLP aos grandes fóruns internacionais” sobre os oceanos.
Sugeriu, por outro lado, o alinhamento do Conselho de Ministros do Mar da CPLP com os objectivos do Tratado das Nações Unidas para a Protecção do Alto Mar, cuja entrada em vigor está prevista para o final de 2025.
“A CPLP tem a responsabilidade e a oportunidade de contribuir para a sua protecção através da cooperação científica, vigilância ambiental e partilha de capacidades”, afirmou Jorge Santos, que apelou igualmente ao fortalecimento dos mecanismos de combate à pesca ilegal.
Interveio também a directora nacional para os Assuntos do Mar e Economia Azul de Angola, Tânia Mandinga Barreto, em representação da ministra das Pescas de Angola, país que vai transferir o mandato na presidência do Conselho de Ministros do Mar da CPLP para a Guiné-Bissau.
Segundo esta representante, o balanço do mandato de Angola demonstra que a CPLP é hoje um espaço de concertação política e técnica relevante na agenda oceânica global.
Para Tânia Mandinga Barreto, as acções realizadas pelo seu país reflectem “o empenho em consolidar uma diplomacia azul lusófona, fundada na ciência, na sustentabilidade e na solidariedade dos povos”.
Por sua vez, o ministro das Pescas e Economia Marítima da Guiné-Bissau, Abel Gomes, cuja delegação não conseguiu chegar ao Mindelo por dificuldades nos transportes aéreos, manifestou, em videoconferência, a sua satisfação em assumir a presidência do Conselho e reafirmou o compromisso de fortalecer a cooperação entre os membros para proteger e explorar os oceanos de forma sustentável.
Na reunião participaram presencialmente os ministros e representantes de Cabo Verde, Angola e Portugal. As restantes delegações participaram por via online, facto que levou o ministro do Mar, Jorge Santos, a apresentar desculpas a todas as delegações que não conseguiram marcar presença no evento.
CD/ZS
Inforpress/Fim
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