Cidade da Praia, 19 Fev (Inforpress) – O Fundo Monetário Internacional (FMI), num dos seus relatórios de avaliação da Linha de Crédito Ampliada, diz que as dívidas das empresas estatais cabo-verdianas ultrapassam os 8% do PIB, representando riscos para o programa de reforma do Governo.
“Cabo Verde é vulnerável a choques externos e internos e as reformas das empresas estatais (SOE) continuam a ser essenciais para melhorar o desempenho financeiro e reduzir os riscos fiscais e do sector financeiro”, escreve o jornal Expresso das Ilhas, na sua edição desta quarta-feira.
A mesma fonte acrescenta ainda que, apesar das recentes reformas na transparência das empresas estatais, que melhoraram a disponibilidade de informação para a tomada de decisões, os desafios na redução das perdas, especialmente no sector dos transportes, “agravam os riscos para as contas fiscais”.
O FMI, afirma o Expresso das Ilhas, sustenta que a companhia aérea nacional utiliza recursos que poderiam ser mais úteis para melhorar a conectividade entre ilhas – um estrangulamento de crescimento.
Assim, o FMI aconselha que os esforços para reestruturar ou alienar o sector das empresas estatais devem ser mantidos e considera que as autoridades devem trabalhar numa estratégia para o transporte aéreo doméstico inter-ilhas, ao mesmo tempo que devem lidar com a TACV, a companhia aérea estatal deficitária focada nas rotas internacionais.
“A TACV, a empresa estatal para rotas internacionais, continua a não ser rentável”, refere o FMI, citado pelo EI.
Segundo a FMI, a entrada de uma companhia aérea internacional de baixo custo no mercado de Cabo Verde oferece uma oportunidade “para reconsiderar a melhor utilização das finanças públicas para suportar a conectividade interna”.
“Os gastos do governo com empresas estatais, incluindo subsídios, transferências e serviço da dívida para empréstimos transferidos, bem como injeções de capital, foram “notavelmente” elevados, ultrapassando, em média, metade dos gastos do país com cuidados de saúde e mais de um terço do seu orçamento de educação”, destaca o relatório do Fundo Monetário Internacional.
A selecção dos membros do conselho das empresas estatais, sublinha o FMI, deve enfatizar a competência e a independência, enquanto a “transparência pode ser aumentada garantindo a comunicação atempada de dados não financeiros”.
LC/JMV
Inforpress/Fim
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