Pesquisa revela que sonho dos jovens em São Vicente está focado nas coisas fundamentais e no imediato

Mindelo, 27 (Inforpress) – Uma pesquisa, hoje divulgada no Mindelo, indica que o sonho dos jovens de São Vicente está centrado nas coisas fundamentais da vida, como ter uma casa, um trabalho e sustento, em vez de “sonhos de grandes visões”.

Esta informação foi avançada à imprensa pelo professor e investigador Jorgen Carling, a propósito do estudo desenvolvido no âmbito do projecto sobre migrações (Future Migration as Present Fact) que investiga as vidas e os sonhos de jovens em três áreas urbanas da África Ocidental: São Vicente (Cabo Verde), Tema (Gana) e Serekunda (Gâmbia).

Segundo o investigador, que lidera o projecto realizado pelo Instituto de Pesquisa da Paz de Oslo, na Noruega, o estudo foi efectuado em 2022 e incidiu sobre uma amostra de mil jovens em cada uma dessas cidades.

Particularmente em São Vicente, explicou, o sonho que o jovem tem está focado, normalmente, nas coisas mais fundamentais da vida, como ter uma casa e um sustento em termos de trabalho, em vez de sonhos de grandes visões, como ter uma profissão ou uma experiência maior.

“Eu poderia dizer que o sonho dos jovens em São Vicente é mais pequeno e mais focado no imediato, em relação aos outros dois locais”, considerou.

A pesquisa também indicou que a maioria dos jovens de São Vicente afirma viver um dia de cada vez, contrariamente aos do continente, que dizem estar a fazer planos para o futuro.

Em relação à emigração, o estudo revelou que há um número bastante reduzido de jovens em São Vicente determinados em emigrar.

No entanto, avançou, quase 90 por cento (%) dos inquiridos disseram que aceitariam ir para o estrangeiro se alguém lhes oferecesse documentos e passagens para trabalhar fora do país.

“Quando lhes perguntei abertamente qual era o seu sonho mais importante na vida, apenas 15% disseram que o seu sonho era sair ou viver uma vida melhor lá fora”, acrescentou.

Segundo Jorgen Carling, o estudo foi financiado com o objectivo de contribuir para o progresso científico e não para a formulação de políticas públicas. 

Contudo, lembrou que a investigação versa sobre jovens e temas como imigração e trabalho, assuntos que estão a ser amplamente discutidos nas redes sociais, na política e na comunicação social.

Por isso, considerou importante que exista uma base científica e de conhecimento sobre estes temas.

CD/HF

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