
Cidade da Praia, 27 Out (Inforpress) – O ministro Eurico Correia Monteiro, ex-embaixador de Cabo Verde em Lisboa, disse hoje que o governo está “preocupado” com o que pode vir a acontecer aos cabo-verdianos que, eventualmente, residem ilegalmente em Portugal.
“Cabo Verde, naturalmente, está preocupado com aquilo que pode acontecer na nossa diáspora, um pouco por todo o mundo”, afirmou o governante.
O ministro da Promoção de Investimentos e Fomento Empresarial e ministro da Modernização do Estado e da Administração Pública fez estas considerações, ao ser abordado pela Inforpress, à margem da chegada do primeiro voo “low cost” (baixo custo) da EasyJet à Praia, sobre a situação de milhares de cabo-verdianos que, neste momento possam estar a viver em situação irregular em terras lusas.
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, reiterou hoje, no parlamento, que os cidadãos estrangeiros que estejam a residir ilegalmente em Portugal devem preparar-se para regressarem aos seus países de origem.
“A nossa diáspora representa um valor muito significativo para Cabo Verde, seja do ponto de vista comercial, económico e empresarial, mas também do ponto de vista cultural, desportivo e científico”, apontou o governante.
Acrescentou que as “restrições” que impendem sobre a diáspora cabo-verdiana afectam directamente o País, “além de afectar também as famílias”.
O governante adiantou ainda que os instrumentos que o Governo dispõe, “infelizmente, não são muitos para mitigar algumas dificuldades e problemas”, que venham a surgir com os imigrantes cabo-verdianos em Portugal.
Admitiu, entretanto, que hoje existem, no País, condições para haver menos emigração e, inclusivamente, para haver “algum retorno da emigração cabo-verdiana".
“Nós temos sectores já com algumas dificuldades em termos de mão de obra, portanto, disponível”, indicou Monteiro.
Para nós, apontou o governante, é um “prazer” ter cabo-verdianos com “capacidade, com competência” para trabalhar na sua terra e desenvolvendo as suas empresas.
Instado sobre o facto de a missão diplomática de Cabo Verde em Lisboa estar há algum tempo sem embaixador, Eurico Correia Monteiro considerou que vale a pena esperar para se encontrar uma pessoa com um “perfil de nível absolutamente adequado à função”.
“Trata-se de uma função muito exigente, num país com o qual temos especiais relações de amizade e de cooperação, mas também relações empresariais”, afirmou Monteiro, referindo-se à não indicação ainda do representante da Praia em Lisboa.
“Eu creio que, muitas vezes, justifica um tempo de espera para se encontrar a melhor pessoa do que, às vezes, ser um pouco apressado porque isto de voltar atrás na nomeação de embaixadores é um bocado complicado”, concluiu o governante.
LC/HF
Inforpress/Fim
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