Cidade da Praia, 20 Mar (Inforpress) - O género feminino tem um papel de destaque na educação infantil, devido à sua “sensibilidade” e sentido de organização, defendem duas docentes, em declarações à Inforpress no âmbito do mês da mulher.
Fátima Fernandes, docente e reitora da pró extensão da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), em entrevista à Inforpress, analisou este tema numa perspectiva de salientar os desafios da mulher na educação infantil.
Entende que Cabo Verde possui “bons resultados” nos desafios que coloca em relação ao papel da mulher, isto é, desde o ensino básico, onde se trabalha na linha da erradicação da pobreza, “não na pobreza física, mas na pobreza moral e intelectual”, frisou.
“Trabalho com um projecto que se chama leituras inclusivas com as Escolas do Básico e do Secundário, faço parte de uma Unidade de Investigação que é a Cátedra Eugénio Tavares de Língua Portuguesa, onde nós desenvolvemos um trabalho muito próximo com as comunidades, por exemplo, empoderar os jovens e as crianças no domínio da língua portuguesa em paridade com a língua cabo-verdiana”, elencou Fátima Fernandes.
Asseverou que há uma sensibilização maior das mulheres para a área de educação da mesma forma que se tem deparado com uma diminuição da participação de rapazes no ensino, uma situação que, no entender de Fátima Fernandes, deve ser reflectido para se constatar o real problema, relativamente ao abandono escolar por parte dos jovens rapazes e procurar “igualdade”.
Acrescentou ainda que isso constitui, por exemplo, desafios que se quer ver ultrapassado nos próximos tempos e trabalhar com as estruturas governamentais, no sentido de lá onde é possível reverter a situação, considerando que num contexto académico é preciso confrontar as duas visões, disse.
“As mulheres têm uma sensibilidade particular para ir ao terreno, conversar com as pessoas, estar junto das mães que hoje lidam muito com as famílias em que os pais estão muito ausentes, é um desafio que também interpela à mulher”.
Para Maria Mendonça, que também chegou a trabalhar com os mais pequenos, a mulher tem um “papel importante” na educação infantil, visto que na maioria dos casos as crianças crescem em casa, com a mãe, colocando a mãe num papel de destaque dos filhos, sobretudo, aponta que quando uma mãe é “alfabetizada” isso ajuda muito na educação dos filhos.
“Estamos a falar da educação em termos da instrução e da educação no sentido para a cidadania, porque a educação vem do berço, a escola é a segunda casa, então é preciso que a criança cresça primeiramente com a educação que recebe dentro de casa e isso em maioria dos casos é passado mais pela mãe”, disse.
Sublinhando que a mulher tem um papel de destaque na orientação dos filhos, apesar de ter “muita necessidade económica”, segundo a mesma fonte, educa “muito bem” os seus filhos.
“Há vários casos de sucessos de mães que educaram os seus filhos com muita dignidade, respeito, ensinaram os seus filhos a serem bom cidadão, isso é muito importante”, referiu.
“Educar um homem é educar um indivíduo, mas educar uma mulher é educar uma nação inteira”, concluiu Maria Mendonça.
OS/ZS
Inforpress/Fim
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