Cidade da Praia, 09 Nov (Inforpress) – A cientista cabo-verdiana Pâmela Borges, especializada em Biociências Moleculares, indicou hoje a cooperação e criação de projectos e linhas de financiamento com investigadores que residem fora do País como “importante aposta” para desenvolver a ciência e pesquisas inovadoras.
No âmbito do Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento, assinalado anualmente no dia 10 de Novembro, Pâmela Borges, apontou ainda a aposta na “capcitybuilding” e motivar os cientistas nacionais criando formas de financiamento e projectos internos.
Cabo Verde, afirmou, está a dar passos necessários para desenvolver o sector, mostrando-se visível nos vários estudos e investigadores que exercem a ciência em prol do desenvolvimento do País.
Quanto à grande percentagem de quadros qualificados que desenvolvem projectos e programas fora de Cabo Verde, disse acreditar que precisam de mais incentivos e estímulo para o retorno.
Na óptica da cientista, torna-se fundamental “começar a olhar para dentro”, desenvolver diversas áreas da ciência como as ciências sociais, defendendo que esses especialistas têm grande potencial para trilhar o caminho certo.
Pâmela Borges destacou que explorar e unir aos quadros internacionais é uma oportunidade para criar propostas para o bem dos cabo-verdianos.
“É uma realidade de Cabo Verde ter quadros avançados fora, mas acho que podemos explorar formas de melhor aproveitar estes quadros, e obviamente continuar a criar incentivos e o retorno destes profissionais”, realçou, frisando que as condições geográficas não impedem submissão de projectos e formas de incentivo.
A ciência é o caminho e suporte para o desenvolvimento, que estabelece mecanismos e ferramentas através do qual podem resolver problemas da sociedade.
O cientista, conforme caracterizou, tem de ser observador, ter espírito crítico e saber quais as situações merecem a intervenção da ciência, a fim de melhorar a qualidade de vida das pessoas.
“Quando analisamos a sociedade cabo-verdiana há imensas oportunidades de intervenção, situações que podem ser melhoradas, problemas que podem ser solucionados e a ciência pode ser utilizada para isto, não só para estudar o problema mas para trazer inovação da tecnologia”, acrescentou.
Segundo a investigadora, não que “exista uma área prioritária” em Cabo Verde, sublinhando que é “importante” ver as várias áreas que precisam de intervenção da ciência.
“Apesar de trabalhar directamente com o cancro e a questão das doenças oncológicas em Cabo Verde, há várias áreas e doenças dentro da saúde que também pode ter de se utilizar a ciência para melhorar as várias situações”, acentuou, reforçando que o especialista deve primeiramente conhecer o problema e apresentar soluções inovadores.
Disse ser importante ainda ter a capacidade transversal de detectar os problemas nas várias áreas, e no caso de Cabo Verde, recrutar profissionais para fortalecer e ampliar os campos da ciência.
O Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento foi proclamado na resolução adoptada sobre o relatório da Comissão III na 19ª reunião plenária da UNESCO, em 2 de Novembro de 2001.
A data visa promover a cooperação nacional e internacional neste domínio, sendo uma oportunidade para sublinhar o papel da ciência na edificação de um mundo melhor.
LT/ZS
Inforpress/Fim
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