Espargos, 26 Jul (Inforpress) - A líder da bancada municipal do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), no Sal, denunciou hoje a crescente degradação social, económica e ambiental da ilha e apelou à devida atenção das autoridades competentes a estas situações.
Estregilda Oliveira, que falava em conferência de imprensa, realizada hoje no Pontão de Santa Maria, iniciou a sua intervenção destacando a “situação precária” do Pontão de Santa Maria, que, volvidos 10 anos da passagem do furacão Fred e um novo incidente em Outubro último, continua sem a devida reabilitação.
"As autoridades competentes, nomeadamente o Governo juntamente com a câmara municipal, não têm dado uma atenção especial, tendo em conta que tem ocorrido algumas situações, nomeadamente de acidentes com munícipes e também das próprias embarcações dos pescadores, que têm causado alguns constrangimentos", afirmou a líder da bancada.
A bancada do PAICV defende que o local deveria ser interditado para banhos e que a segurança dos pescadores está comprometida pela falta de uma rampa de acesso segura.
A intervenção da eleita municipal não se restringiu ao pontão. Estregilda Oliveira abordou a situação das estradas, em particular a de Santa Maria, cujas obras, apesar de em andamento, “apresentam um troço já concluído em mau estado, gerando reclamações constantes dos munícipes”.
"Achamos que a câmara municipal, que é a representante dos munícipes nesse caso, deve posicionar e chamar o Governo para esse aspecto também", sublinhou Oliveira, que criticou a falta de intervenção municipal.
A líder da bancada também questionou a política de asfaltagem levada a cabo na ilha, que, embora defendida pela câmara municipal como sinónimo de desenvolvimento, tem gerado preocupações ambientais e sociais.
Sublinhou que não concordam com esta política, porque têm causado alguns constrangimentos, nomeadamente aumento do calor e a diminuição dos espaços verdes.
Sublinhou que a sua bancada não se opõe à asfaltagem, mas defende uma abordagem mais equilibrada, que inclua a criação e manutenção de espaços verdes para promover um ambiente mais harmonioso e confortável para os munícipes.
Outro ponto levantado, foi a questão da recolha e tratamento do lixo, “um problema persistente que afecta toda a ilha”, incluindo Santa Maria.
A insatisfação dos munícipes com a gestão do lixo contrasta com as declarações do presidente da câmara municipal, que minimizou as críticas ao afirmar que a ilha do Sal seria "um grupinho de seis pessoas que não está satisfeito com o desempenho da autarquia".
Oliveira considerou a declaração uma "falta de respeito" e uma "ofensa grave" aos munícipes, defendendo que "cada munícipe tem direito, sim, a opinar, desde que sinta que os seus anseios não estão sendo satisfeitos por parte da câmara municipal".
A situação da ponte da Palmeira também mereceu destaque, com a líder da bancada do PAICV a classificá-la como uma questão de saúde pública.
A mesma fonte concluiu a conferência, reiterando a importância de um diálogo construtivo e de acções concretas por parte das autoridades para enfrentar os desafios que a ilha do Sal atravessa, para garantir uma melhor qualidade de vida para os seus habitantes.
NA/ZS
Inforpress/Fim
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