Guiné-Bissau/Golpe: CEDEAO apela ao diálogo e transição rápida para restaurar a normalidade constitucional

Cidade da Praia, 6 Dez (Inforpress) – O deputado Orlando Dias, membro da CEDEAO, garantiu hoje que tem “acompanhado de perto a situação” e que é preciso dialogar com as autoridades militares e retornar à normalidade constitucional.

Segundo o parlamentar, que falava à Inforpress, o processo de mediação começou com a criação de uma comissão pela CEDEAO, que já visitou a Guiné-Bissau, liderada pelo presidente da Cimeira da CEDEAO e acompanhada pelo presidente da Comissão da comunidade de Estados.

“Durante a visita, a delegação teve encontros com as autoridades militares, a Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau e o governo de transição nomeado pelos militares após o golpe de Estado”, disse o deputado.

Orlando Dias sublinhou que é importante o diálogo como sendo a única solução viável para a estabilidade do país, enfatizando que, apesar das condenações ao golpe, a CEDEAO acredita que o retorno à normalidade deve ser feito através de negociações e com prazo de transição o mais curto possível.

Questionado sobre possíveis aplicações de sanções aos responsáveis do golpe de estado daquele país, Orlando Dias expressou seu ponto de vista, explicando que embora a suspensão da Guiné-Bissau dos órgãos de decisão da CEDEAO e a aplicação de sanções possam ser consideradas, estas medidas não resolvem o problema.

Argumentou que, muitas vezes, as sanções podem agravar a situação e resultar em consequências negativas, como o afastamento de países membros da CEDEAO, como ocorreu com Burkina Faso, Mali e Níger.

O deputado afirmou também que em relação à ameaça de estabilidade da sub-região, a Guiné-Bissau tem “vivido com frequência instabilidade politica”, com vários golpes de estado ao longo da sua história, desde a independência.

Sobre o papel da diplomacia e das organizações internacionais, Orlando Dias afirmou que a CEDEAO, a União Africana, as Nações Unidas e a União Europeia costumam coordenar esforços em situações como a da Guiné-Bissau, embora ele não tenha conhecimento direto sobre qualquer articulação formal entre estas organizações neste momento específico.

O deputado apelou à calma e serenidade do povo guineense, incentivando-o a resolver os seus próprios problemas internos de forma pacífica e construtiva, e que a união é fundamental para restaurar a normalidade constitucional e avançar no processo de desenvolvimento do país.

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