Formação contínua de professores e mais horas de aulas são chave para dinamizar estudo da Matemática – responsável

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Formação contínua de professores e mais horas de aulas são chave para dinamizar estudo da Matemática – responsável
21/07/25 - 02:05 pm

Cidade da Praia, 21 Jul (Inforpress) - A coordenadora do Campus da Matemática Gulbenkian defendeu hoje que a formação contínua dos professores e o aumento de horas de ensino aprendizagem nas salas de aula são os principais caminhos para dinamizar o estudo desta disciplina.

Telma Silva fez estas considerações à imprensa momento antes da abertura da quinta edição dos "Campos da Matemática" para alunos estudantes do 10º ano das ilhas de Sotavento, que decorre na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), de hoje a sexta-feira, promovida pela Uni-CV e Fundação Gulbenkian.

Segundo explicou, é fundamental que os professores tenham formação contínua para saberem ensinar a matemática com mais interação e dinâmica, o que motiva os estudantes a aprender.

“Se um professor é muito fechado, o aluno fica difícil de se motivar. O professor tem que ser mais solto na sua maneira de ensinar para atrair os estudantes”, frisou, exemplificando que o uso de novas tecnologias de informação é uma estratégia importante para incutir nos alunos o gosto e interesse por esta disciplina.

Por isso, os organizadores acharam importante a introdução de um módulo de formação especializada para professores, com 10 horas de conteúdos focados em técnicas pedagógicas inovadoras, neste campo, com propósito de levar esses métodos directamente para a sala de aula, ampliando o impacto da iniciativa na rede pública de ensino.

A directora do Laboratório de Matemática da Uni-CV apontou que o insucesso no ensino e aprendizagem da matemática se combate com base na inovação da metodologia do ensino, com formação contínua dos professores, dinamização das aulas  e interação entre professor e aluno.

A responsável alertou ainda que é necessário ter em conta os conteúdos dados no primeiro ano, considerando que é base para o ensino dos alunos no segundo e terceiro ano de escolaridade e assim sucessivamente.

“Se nós não tivermos isso em conta, vamos ter problemas. Porque se um estudante reprovar, quer dizer, não concluiu o objectivo do primeiro ano, vai para o segundo ano, sem concluir os objectivos”, argumentou.

Telma Silva elucidou que um dos pontos que atrapalha o ensino e aprendizagem desta disciplina é o facto de ser uma ciência “muito abstrata”, sendo por isso vista como um “bicho de sete cabeças e um monstro”, que “ninguém quer enfrentar e conhecer”.

“As pessoas têm dificuldade de relacionar o que estão a estudar com o concreto do dia a dia”, sublinhou, observando que o Campo da Matemática tem como objectivo desconstruir esta imagem com estratégias bem específicas que os estudantes conhecem.

Este campo visa transformar a relação dos estudantes com a disciplina e combater o insucesso escolar através de métodos inovadores e actividades práticas.

Desde a sua criação, em 2021, os "Campos da Matemática" já beneficiaram centenas de estudantes e dezenas de professores, sendo reconhecido como um exemplo de colaboração eficaz entre a Fundação Calouste Gulbenkian, a Uni-CV e o Ministério da Educação no fortalecimento do ensino da matemática no país.

Nesta edição participam 40 estudantes de várias regiões de Sotavento.

DG/CP

Inforpress/Fim

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