São Filipe, 18 Set (Inforpress) – A Empresa Intermunicipal de Águas (Águabrava), que há dois anos deixou de atender pedidos de ligação de água para rega, vai priorizar os projectos de investimento que geram rendimentos e criação de empregos.
O administrador/delegado da Águabrava, Rui Évora, adiantou à Inforpress que na última reunião o conselho de administração discutiu a situação e decidiu priorizar os pedidos relacionados com os projetos de investimento.
Lembrou que estão pendentes mais de 150 pedidos de ligação de água para agricultura e pecuária, uma situação que reflete a alta demanda.
O conselho deliberou que embora a empresa tenha disponibilidade de água para atender mais pedidos a prioridade será dada aqueles que apresentam projectos com potencial para promover a agricultura de rendimento e a criação de empregos.
Os projectos de investimentos devem, segundo o mesmo, ser objectos de uma avaliação técnica e económica da competente, neste caso o Ministério da Agricultura.
Rui Évora afirmou que o conselho apreciou 19 pedidos de projectos de investimento que merecem atenção e possível aprovação desde que medidas concretas para minimização das perdas financeira sejam implementadas, como adopção de uma tarifa especial para os projectos de investimentos, o reforço da utilização de energia renovável e a revisão das tarifas.
Essas medidas são consideradas cruciais para a sustentabilidade da empresa e a eficiência na gestão dos recursos hídricos, referiu Rui Évora,
A mesma fonte lembrou que actualmente a Águabrava enfrenta um “desequilíbrio significativo” entre o custo de fornecimento de água para agricultura e pecuária e o valor faturado.
“A água para agricultura representa cerca de 35% do volume total de água faturada e a água para consumo urbano é da ordem de 65%, porém o valor faturado de água para rega é da ordem de nove por cento”, destacou Rui Évora.
Essa discrepância, acrescentou, é agravada pelo facto de o preço de venda da água para agricultura - 60,8 escudos/metro cúbico - ser “consideravelmente inferior” ao custo de produção, que é na ordem dos 209 escudos por metro cúbico, acrescidos de 8% de IVA.
Para enfrentar esses desafios, o conselho de administração da Águabrava está a considerar a adoção de uma tarifa especial para projectos de investimentos, mas há uma preocupação com a necessidade de encontrar soluções em conjunto com o governo para resolver o problema das perdas financeiras decorrentes da gestão da água de agricultura e pecuária.
O número de pedidos ultrapassa os 150 porque há dois anos que a empresa deixou de atendê-los, referiu Rui Évora, para quem se a empresa tivesse aceitado os pedidos de ligação, neste momento o número seria muito maior.
“Não devemos criar a expectativa de que todos podem ter água de rega” advogou o administrador/delegado, que sublinhou que o conselho de administração deliberou em priorizar os pedidos com projectos de investimento.
JR/AA
Inforpress/Fim
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