São Filipe, 08 Out (Inforpress) – A descentralização da IV Conferência da Década do Oceano é uma oportunidade estratégica para colocar o foco na Região Fogo/Brava para discutir as questões dos oceanos, mas também promover estas ilhas.
A afirmação é do chefe da Casa Civil da Presidência da República, Avelino Bonifácio, na abertura, hoje, nos Mosteiros do workshop “Conexão de Ideias: Fórum Jovem de Conhecimento”, uma das actividades do pré-eventos da IV Conferência da Década do Oceano, promovida sob a liderança da Presidência da República.
Na sua intervenção na sessão de abertura, Avelino Bonifácio sublinhou o “papel determinante” dos parceiros na concretização deste ciclo de eventos e reconheceu que sem a colaboração, o envolvimento e o engajamento profundo de todos os parceiros, a Presidência da República não conseguiria realizar, pelo menos com o brilho que tem até agora, os pré-eventos na ilha do Fogo.
O chefe da Casa Civil sublinhou o compromisso do Presidente da República com esta iniciativa desde 2021, quando Cabo Verde aceitou o desafio das Nações Unidas de celebrar, anualmente, a Década do Oceano, com foco nos desafios 9 e 10, que dizem respeito à promoção de uma sociedade mais equitativa, inclusiva e capacitada para proteger os oceanos.
“Esta IV edição traz inovações significativas, sendo a primeira vez que abrange simultaneamente os três municípios da ilha do Fogo e a ilha Brava. Está prevista uma participação activa da Brava, com eventos a decorrer também naquela ilha”, disse Avelino Bonifácio.
A mesma fonte acrescentou que na quinta-feira, duas embarcações sairão da ilha do Fogo com destino à Brava, para uma série de actividades, regressando ainda a tempo da cerimónia de abertura central da conferência 'Welcome to Fogo', prevista para as 17:00, no largo de Cruz dos Passos e com actividades culturais.
Outro destaque da IV conferência é a realização de uma semana de pré-eventos, algo inédito na história da conferência, e, segundo o representante da Casa Civil, esta é uma oportunidade estratégica para “colocar o foco na Região Fogo/Brava".
Ao dirigir directamente a mais de seis dezenas de jovens, Avelino Bonifácio apelou ao envolvimento activo, encorajando-os a seguirem o exemplo de iniciativas como o “Ocean Voices”.
“Os jovens são a visão dos oceanos. Discutam os oceanos, aproveitem a ciência e a tecnologia para conhecê-los melhor e tirar o máximo proveito deles, não só para vocês, mas para toda a sociedade e para as gerações futuras”, disse.
A representante do Ocean Voices, Maila Guilhon, presente na sessão de abertura reforçou a importância do papel da juventude no futuro do planeta e dos oceanos e referiu que de nada valerá todo esse esforço de hoje se as próximas gerações não seguirem bons exemplos e darem melhores passos, pois, segundo a mesma, ainda há muito que se fazer para garantir um futuro justo e sustentável para as pessoas e para o oceano.
“Sem o oceano, não há futuro, não há planeta Terra, não há vida”, afirmou, lembrando que o desafio da sustentabilidade marinha é intergeracional e exige acção proactiva e colaborativa.
Maila Guilhon destacou ainda o papel da Década do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável como um compromisso global que evidencia a ligação profunda entre o ser humano e o oceano.
“O oceano que queremos é mais limpo, mais justo, mais acessível. E isso exige investimento, não só financeiro, mas também em pessoas, em habilidades, em tecnologias, em conhecimento e nas necessidades reais das comunidades”.
O evento contou com a parceria de várias organizações, como o Projecto Vitó, e foi uma oportunidade para amplificar as vozes da juventude cabo-verdiana e de outros países africanos, reunindo experiências, partilhas e propostas de acção para um futuro oceânico mais sustentável.
O director executivo da Associação Projecto Vitó, entidade responsável pela organização do workshop, e o director da escola secundária dos Mosteiros, que acolheu o evento, dirigiram mensagens de boas-vindas aos participantes.
JR/ZS
Inforpress/Fim
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