Director-Geral das Comunidades considera que saída de jovens cabo-verdianos para estrangeiro "não é problema, mas direito legítimo"

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Director-Geral das Comunidades considera que saída de jovens cabo-verdianos para estrangeiro "não é problema, mas direito legítimo"
24/05/25 - 06:17 pm

Cidade da Praia, 24 Mai (Inforpress) – O director-geral das Comunidades afirmou hoje, que a saída dos jovens cabo-verdianos para o estrangeiro não deve ser encarada como um “problema”, mas sim como “direito legitimo” e uma realidade que faz parte da historia do país.

“A saída de jovens não é um problema e Cabo Verde foi sempre um país de emigração” disse em declarações à imprensa, à margem do Fórum “Emigração Juvenil – Emigração Cabo-Verdiana: Desafios e Oportunidades”, realizada hoje na Universidade de Santiago (US) na cidade Praia, pela Geração B-Bright.

“Enquanto Estado livre e democrático, não podemos proibir ninguém de sair. As pessoas têm o direito de escolher onde querem realizar as suas vidas”, acrescentou.

Segundo disse, os jovens saem do país sobretudo por motivos de estudo ou para procurar melhores condições de vida, o que considera ser “legítimo que os jovens procurem melhores condições de vida”, sublinhando que são livres para escolher o caminho que querem seguir.

O mesmo realçou ainda, que o Governo de Cabo Verde tem implementado várias políticas públicas para garantir oportunidades aos jovens que permanecem no país, destacando a existência de centros de formação profissional que já formaram milhares de jovens para o mercado de trabalho, preparando-os para enfrentarem os desafios do desenvolvimento nacional.

No entanto, reconheceu que mesmo com esses esforços, muitos jovens continuam a optar por emigrar.

“Jovens de Cabo Verde saem legitimamente para procurar melhores condições de vida assim como os jovens de Portugal saem para a América, à procura de melhores condições de vida. Isto nunca foi um problema e Cabo Verde tem de tirar da cabeça que é um problema os jovens saírem”, sublinhou.

Além disso, sublinhou a importância do retorno dos emigrantes para o desenvolvimento do país, seja através do conhecimento adquirido, das experiências vividas ou dos investimentos financeiros que fazem em Cabo Verde.

“O retorno dos nossos jovens é fundamental para o crescimento económico e social do país. É um retorno que traz valor e contribui para a construção de uma nação mais forte”, afirmou.

Por fim, o responsável lembrou ainda que Cabo Verde é também um país de imigração, acolhendo cidadãos de diversos países africanos que participam activamente na vida económica e social do arquipélago.

“O mundo é dinâmico e a nossa realidade reflecte isso. Assim como muitos dos nossos jovens procuram oportunidades fora, também recebemos pessoas que ajudam a suprir necessidades no mercado de trabalho e contribuem para o nosso desenvolvimento”, reiterou.

Martinho Ramos concluiu afirmando que, apesar dos desafios, o foco deve estar na criação de condições cada vez melhores para todos os jovens cabo-verdianos, seja dentro ou fora do país, para que possam realizar os seus sonhos e contribuir para o futuro de Cabo Verde.

DV/HF

Inforpress/Fim

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