
Cidade da Praia, 24 Out (Inforpress) – A coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, Patrícia Portela de Souza, disse hoje que a parceria entre Cabo Verde, a ONU e parceiros de desenvolvimento deve centrar-se nas pessoas, sobretudo, as mais vulneráveis.
Referiu-se às mulheres, jovens e pessoas com deficiência, focando também na justiça climática, na inclusão social e económica, na transformação digital, na formação e empregabilidade das novas gerações.
A diplomata fez estas considerações à margem da cerimónia de comemoração dos 80 anos das Nações Unidas e, ao mesmo tempo, os 50 anos da parceria entre as Nações Unidas e Cabo Verde, que aconteceu na Escola Grande, na cidade da Praia.
Conforme afirmou, Cabo Verde está "bem posicionado" para continuar a ser um modelo de resiliência, inovação e cooperação internacional em África e no mundo.
Por isso defendeu que todos precisam estar juntos para se criar um futuro que se quer.
"Um futuro que se prevê exigente, num contexto global complexo e cheio de incertezas, mas também com muitas oportunidades. Mais do que nunca o multilateralismo e a cooperação internacional foram tão importantes", enfatizou Patrícia Souza.
A diplomata salientou que as Nações Unidas têm acompanhado Cabo Verde e que os dois têm uma parceria estruturante ao longo destas cinco décadas.
Mencionou parcerias no apoio à autodeterminação e independência, na cooperação para o desenvolvimento e o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o papel de Cabo Verde como promotor da paz no mundo, dos direitos humanos e do multilateralismo.
Além disso, destacou as parcerias desde dos primeiros programas de nutrição escolar, vacinação infantil e protecção social até às actuais iniciativas do uso da inteligência artificial para o desenvolvimento e segurança, as energias renováveis, acção climática, economia azul, telemedicina e educação inclusiva.
"Trabalhamos lado a lado com o país para apoiar as suas ambições de desenvolvimento, dentro programa de cooperação para o Desenvolvimento Sustentável 2023 a 2027, alinhado com as prioridades do PEDS II e a Agenda 2030”, garantiu.
"Temos um orçamento anual de cerca de 15 milhões de dólares para avançar os ODS em cada ilha deste país", avançou a diplomata das Nações Unidas em Cabo Verde.
Lembrou que, actualmente, são 20 Agências, Fundos e Programas das Nações Unidas a trabalhar com e para Cabo Verde. 
"Trabalhamos em parceria com mais de 100 entidades nacionais e locais, incluindo o Governo, municípios, sociedade civil, sector privado e a academia", disse a diplomata. 
Para ela, estes 80 anos da ONU representam um marco com histórias entrelaçadas de parceria, compromisso e muito trabalho pela paz, desenvolvimento e direitos humanos. 
"Este momento nos convida, não apenas, a celebrar o passado, mas a reflectirmos sobre o caminho percorrido, reinventar o presente para assegurarmos um futuro mais justo e mais humano em todas as partes do mundo. Um futuro onde a riqueza e os conhecimentos produzidos no mundo sejam partilhados", concluiu.
DG/HF
Inforpress/Fim
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