Cidade da Praia, 03 Dez (Inforpress) - O presidente da Assembleia Nacional (NA), Austelino Correia, felicitou hoje os cabo-verdianos pela “forma ordeira” como decorreram as eleições autárquicas de domingo, 01, considerando que a democracia cabo-verdiana saiu reforçada.
Austelino Correia falava à imprensa, à margem da visita dos Presidentes e Altos Dignatários das Instituições Superiores de Controlo e Tribunais de Conta de todos os PALOP, Brasil e Portugal, no âmbito do Seminário Internacional de Lançamento da Auditoria Coordenada sobre a Violência Baseada no Género nos PALOP e Timor-Leste, que decorre na cidade da Praia, devendo terminar sexta-feira.
“Felicitar os cabo-verdianos que foram às urnas exercer esse tão importante direito, que é o direito de voto, um dever cívico. Parabenizar também a forma ordeira como as eleições aconteceram aqui em Cabo Verde… a democracia cabo-verdiana saiu mais reforçada e isto nos anima imensamente”, sublinhou.
Desvalorizando eventuais problemas que poderão ter acontecido, ali e acolá, o que é natural em situações do género, Austelino Correia disse, entretanto, que esses “pequenos constrangimentos” não prejudicam ou põem em causa a democracia cabo-verdiana.
“Ganharam aqueles que o povo escolheu, estamos em democracia, a soberania popular é que fala mais alto, o povo é soberano. Pedia a todos que respeitassem os resultados saídos das eleições, porque o povo é que determinou a escolha de novos dirigentes para os respectivos municípios”, apelou, destacando o “excelente trabalho” realizado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
“Há que reconhecer que a Comissão Nacional de Eleições fez um excelente trabalho, bem como a Polícia Nacional, a Comunicação Social. Quem perdeu, perdeu, quem ganhou, ganhou. Portanto, agora é trabalhar”, exteriorizou.
Por outro lado, avaliando o nível de abstenção, comparado com as eleições passadas, Austelino Correia entende que a abstenção no país deve ser bem analisada, podendo-se estar a falar da abstenção no sentido técnico.
Nesta base, compreende que há que verificar os cadernos, ver se, por exemplo, todos os eleitores inscritos estão no país, se estavam no seu círculo eleitoral na altura das eleições, entre outras situações, questionando que não se pode atribuir a abstenção como uma situação em que as pessoas não foram votar.
“Eu não creio que os 50 e tal por cento sejam, de facto, eleitores que não foram votar. Não foram votar porque deverão estar fora do país, outros terão falecido… entretanto, os nomes continuam nos cadernos eleitorais”, examinou.
“E, aqueles que não foram às urnas, acho que deviam ir. Mas, é um sinal também que dão aos partidos políticos para analisarmos com objectividade a participação política em Cabo Verde, a nossa acção enquanto políticos, se vão ao encontro das aspirações dos cidadãos de Cabo Verde. Isto, para mim, é muito importante. Avaliar e analisar com frieza, para que possamos melhorar cada vez mais o processo democrático no país”, concluiu.
De acordo com os dados provisórios, o PAICV (Partido Africano da Independência de Cabo Verde) conseguiu 15 das 22 câmaras municipais, enquanto o MpD apenas sete nos municípios de Ribeira Grande e Paul em Santo Antão, São Vicente, Tarrafal de São Nicolau, Sal, e na ilha de Santiago, os municípios de São Miguel e São Salvador do Mundo.
A taxa de abstenção rondou os 174.585, cerca de 50%, votos nulos 2.27 (1,3%), e 3.270 votos em branco (1,9%).
SC/ZS
Inforpress/Fim
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