Cidade da Praia, 07 Jul (Inforpress)- O atleta cabo-verdiano Gilson Monteiro, que já venceu títulos regionais e nacionais de kickboxing em Portugal, lamentou a inexistência de uma federação da modalidade no país, que lhe permita competir internacionalmente em nome do seu país de origem.
Gilson Monteiro, campeão regional de Lisboa em 2018, 2020 e 2023, campeão nacional de Portugal em 2018 e 2020, e vice-campeão nacional de 2023, denunciou a ausência de uma federação de kickboxing em Cabo Verde, que permite representar o país a nível internacional.
“Foi uma sensação boa, mas sinceramente, gostaria de ser campeão em Cabo Verde”, desabafou o atleta em entrevista à Inforpress, a partir de Lisboa, onde vive.
O atleta, que começou a praticar kickboxing em 2015, em Portugal, lamentou que os cabo-verdianos sejam obrigados a representar outros países.
“A vitória tem um sabor agridoce. É uma sensação de que conquistamos algo num país que não nos pertence (…), sou campeão em Portugal, mas não sou campeão no meu próprio país”, denunciou.
Segundo Gilson Monteiro, a falta de estrutura em Cabo Verde impossibilita que muitos atletas representem o país.
“Temos muitos atletas de kickboxing de alto rendimento, somos obrigados a representar um outro país”, lamentou.
O atleta citou o exemplo da Guiné-Bissau, onde foi criada uma federação à última hora para permitir que um lutador competisse no estrangeiro, conseguindo esse atleta apresentar um resultado mundial.
Monteiro acredita que o mesmo poderia acontecer com Cabo Verde.
Apesar das dificuldades, Gilson Monteiro mantém-se ligado ao país.
Recentemente, fundou em Achada Grande Frente uma associação de combate, com o objectivo de ocupar crianças nos horários pós-escolares.
Questionado sobre os próximos passos, ressaltou que vai continuar a competir e a treinar.
“Neste momento acabei de assinar um contrato como treinador num clube aqui em Portugal, antes do final deste ano ainda tenho mais quatro competições”, sublinhou.
Sobre o futuro da modalidade em Cabo Verde, Monteiro mostrou-se confiante.
“Cabo Verde tem um potencial gigantesco no desporto em geral, o que podemos fazer é criar mais condições”, concluiu.
KF/LC//AA
Inforpress/Fim
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