Cidade da Praia, 17 Set (Inforpress) – O presidente do Conselho de Administração (CA) do INE, João Cardoso, reagiu hoje às recentes alegações de manipulação de dados estatísticos e considerou que tais afirmações constituem uma afronta grave à credibilidade do instituto.
Em conferência de imprensa na sede do Instituto Nacional de Estatística (INE), na cidade da Praia, João Cardoso respondia a um artigo publicado pelo jornal online A Nação Independente n.º 936, de 07 de Agosto, e publicado no site oficial do mesmo jornal, a 10 de Agosto, com o título “Estatísticos alertam cabo-verdianos e parceiros que estão a ser enganados pelo INE”.
“O jornal disse que não há provas. Estamos na era do pós-verdade. Pode-se criar narrativas e cavalgar-se em cima das narrativas”, reagiu, garantindo que a integridade da informação está no centro das preocupações internacionais, como evidenciado em conferências das Nações Unidas.
O presidente do INE classificou como “afronta grave” a alegação de que técnicos da própria instituição teriam acusado o INE de manipular dados, apontando que a instituição “goza de reputação indestrutível e que essas informações são fruto de desconhecimento técnico ou intenção deliberada de desinformar.
João Cardoso explicou que as metodologias aplicadas no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), incluindo a correcção de valores negativos do Valor Acrescentado Bruto (VAB) desde 2016, seguem rigorosamente os guias nacionais e internacionais de contabilidade, prática comum entre países membros do Eurostat.
O dirigente destacou ainda que os dados estatísticos, incluindo os IV Inquérito às Despesas e Receitas Familiares (IDRF), foram tratados com transparência e estão disponíveis para consulta pública no Laboratório de Bases de Dados do INE.
Além disso, reforçou que o INE mantém uma política clara de transparência, disponibilizando as suas informações na plataforma online para consulta de entidades públicas, partidos políticos e quaisquer interessados.
João Cardoso desmentiu, por outro lado, a perda de credibilidade internacional da instituição, citando o apoio contínuo e o reconhecimento de instituições como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, a Organização Internacional do Trabalho e a Divisão de Estatísticas das Nações Unidas.
Disse que diante das afirmações do presidente do PAICV sobre suposta adulteração de dados, serve apenas para demonstrar que tais afirmações “carecem de fundamentos factuais”, transmitindo uma percepção incorrecta à sociedade.
“Preocupa-nos profundamente a declaração que o instituto estaria a perder credibilidade internacional (…), esta informação falsa e infundada não pode ser tolerada num Estado de direito democrático”, afirmou, assegurando que o INE segue metodologias reconhecidas e validadas a nível internacional.
Segundo o artigo do jornal A Nação, o actual Conselho Directivo do INE continua, alegadamente, a persistir no “erro”, com impactos nos cálculos do Produto Interno Bruto (PIB), em favor de uma economia supostamente em crescimento e um desemprego em queda livre.
LT/HF
Inforpress/Fim
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