Mindelo, 25 Jun (Inforpress) – A deputada da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), Zilda Oliveira, acredita que ainda não se alcançou a felicidade prometida pelo Governo e desejada pelos cabo-verdianos quando no País existem "diversos problemas” que afectam a população.
A deputada fez essa leitura em conferência de imprensa hoje, no Mindelo, para antevisão da sessão parlamentar que se inicia na quarta-feira, 26, na Cidade da Praia.
Elencando diversos constrangimentos existentes, a mesma fonte disse ser “pertinente” o debate agendado com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, sobre as políticas públicas e a qualidade de vida dos cabo-verdianos, a pedido do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição).
“As políticas públicas devem garantir direitos individuais e colectivos, sociais e económicos, plasmados na nossa Constituição, visando o bem-estar, a melhoria da qualidade de vida das pessoas, dentro dos parâmetros da justiça, da justiça social, da igualdade e da equidade, da participação cívica, da autonomia e da paz social”, sustentou.
Algo que, asseverou a deputada, o executivo não tem conseguido para alcançar a tal felicidade prometida e desejada pelos cabo-verdianos.
Como prova, a mesma fonte recorreu aos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) que situaram a pobreza global no terceiro trimestre de 2023 em 27,1%, enquanto que o Governo diz que houve uma redução da pobreza extrema.
“Mas importa dizer que os números são frios e é preciso atentar à percepção da população. Se formos ver o Índice de Preço do Consumidor, estima-se nos 116,7%, o custo de vida aumentou e não houve reposição do poder de compra”, rematou.
Mais ainda, sustentou, existem “dois sectores estruturantes”, a saúde e a educação, que passam por “inúmeros problemas”, inclusive relativamente aos estatutos.
Outras críticas da UCID relacionam também com o desemprego, situado nos 10,3%, saída “em massa” de jovens, défice habitacional, subnutrição e a insegurança alimentar e outros problemas.
“O Governo deve empregar maior esforço na busca de soluções, na resolução eficiente, eficaz e efectiva dos problemas que afectam a população cabo-verdiana e, ao mesmo tempo, devolver parte do que o povo paga na forma de impostos, taxas e contribuições”, concretizou.
A última sessão parlamentar de Junho está marcada para os dias 26, 27 e 28 com discussão de outros pontos, entre estes a proposta de Lei que regula a organização, composição, competência e o funcionamento do serviço de Inspecção Judicial, e aprova o estatuto do seu pessoal.
LN/ZS
Inforpress/Fim
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