Cabo Verde precisa ser mais ambicioso na paridade – presidente do ICIEG

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Cabo Verde precisa ser mais ambicioso na paridade – presidente do ICIEG
15/09/25 - 01:10 pm

Cidade da Praia, 15 Set (Inforpress) – A presidente do Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), Marisa Carvalho, defendeu hoje que Cabo Verde deve avançar do actual modelo 40-60 para a verdadeira paridade política de 50-50.

A posição foi assumida à margem da abertura da primeira jornada nacional sobre género e política, realizada no Dia Internacional da Democracia, que integra um ciclo de sete jornadas em todos os municípios do país, com o objectivo de reforçar a representatividade de mulheres, jovens, pessoas com deficiência e comunidades emigradas.

Segundo Marisa Carvalho, a lei da paridade, aprovada com cedências, já não corresponde ao nível de participação alcançado, recordando que nas últimas eleições autárquicas, as mulheres ultrapassaram os 40% de representatividade em várias áreas, mas ainda têm presença reduzida nas presidências de câmaras municipais.

“Eu acho que nós devemos ser um bocadinho mais ambiciosos e é tempo de estarmos nos 50%. Sabemos que é possível”, afirmou, reconhecendo que, apesar de Cabo Verde ter, actualmente, uma mulher eleita em cargos de liderança, a participação feminina na política ainda está aquém do desejável.

A presidente do ICIEG apontou que os principais desafios incluem a conciliação da vida pessoal, profissional e pública, a violência política e a exposição a críticas, destacando ainda a necessidade de trabalho contínuo em sensibilização, apoio institucional e criação de condições para que as mulheres possam ocupar cargos de decisão sem sacrifício pessoal desproporcional.

Defendeu, neste sentido, a necessidade de se trabalhar de forma contínua na sensibilização, no apoio institucional e na criação de condições para que as mulheres possam ocupar cargos de decisão sem que isso represente um sacrifício pessoal desproporcional.

Informou, por outro lado, que o ICIEG está a apoiar os municípios de Cabo Verde na elaboração e implementação de planos de género municipais, com o objectivo de promover a igualdade entre mulheres e homens e a inclusão de grupos, historicamente, marginalizados.

“Quanto maior representatividade tivermos, seja de mulheres, de jovens, de imigrantes, pessoas com deficiência, todo o nível de representatividade, teremos sempre mais justiça social e será possível abordar qualquer temática de uma forma mais justa, igualitária e equitativa”, declarou.

Marisa Carvalho informou que o ICIEG apoia os municípios na elaboração e implementação de planos de género, instrumentos essenciais para garantir políticas públicas inclusivas e aumentar a representatividade feminina.

“Todos os municípios dispõem de vereadores com pelouro de género, o que demonstra vontade política. O ICIEG apoia, tecnicamente, a elaboração e actualização de planos municipais de género, mas reconhece limitações financeiras. Há vontade, e onde há vontade é possível avançar com parcerias e recursos partilhados”, afirmou.

Realçou ainda que o fortalecimento dos planos de género municipais é essencial para uma democracia mais justa, inclusiva e equitativa, permitindo que todas as vozes da sociedade, especialmente das mulheres, sejam ouvidas e respeitadas.

A primeira jornada abrange Santiago Sul (Praia, São Domingos e Ribeira Grande de Santiago), a segunda será no dia 22 de Setembro, na Calheta de São Miguel, para Santiago Norte, seguindo-se outras jornadas em São Vicente, Santo Antão, Sal, Boa Vista, Fogo e Brava.

CM/HF

Inforpress/Fim

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