Delegada da Educação da Praia aponta inclusão de alunos com necessidades especiais como maior desafio

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Delegada da Educação da Praia aponta inclusão de alunos com necessidades especiais como maior desafio
15/09/25 - 02:52 pm

Cidade Da Praia, 15 Set (Inforpress) –  A delegada da Educação da Praia assegurou hoje que o ano lectivo arrancou com normalidade e tranquilidade, mas sublinhou que o grande desafio continua a ser a inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais (NEE).

“Nós temos um desafio, que é a verdadeira inclusão dos alunos com Necessidades de Educativas Especiais. Nós temos vários alunos e há alguns com necessidades permanentes que precisam de recursos humanos e recursos materiais para que realmente possam sentir-se incluídos”, apontou.

Constantina Afonso, que falava à Inforpress sobre o início do ano lectivo 2025/2026 na capital do país, explicou que no quadro do Programa de Apoio à Reforma Educativa Prioritária (PAREP-CV) pretendem implementar acções que lhes permitam dar passos significativos na inclusão.

“Nós estamos também a trabalhar para mobilizar mais recursos humanos para o reforço das Equipas Multidisciplinares de Apoio à Educação Inclusiva EMAEI que vão acompanhar esses alunos especiais e darem a atenção individualizada”, frisou.

Contudo, reconheceu que ainda existem grandes carências em áreas específicas, como fonoaudiólogo, terapia da fala ou psicologia clínica e educacional, profissionais que são escassos no país e muitas vezes exercem funções no sector da saúde.

A delegada defendeu a necessidade de reforçar o quadro com psicólogos, assistentes sociais e outros técnicos especializados.

No domínio dos recursos materiais, Constantina Afonso admitiu igualmente limitações, dado que os instrumentos necessários para este público são muito específicos.

Sublinhou, no entanto, que o PAREP-CV permitirá superar parte dessas dificuldades e ajudar os alunos a desenvolverem as suas habilidades.

“Muitas vezes, os pais desses alunos querem que os alunos aprendam normalmente com os restantes alunos, mas nós temos de ver a capacidade de cada um deles e, infelizmente, há alguns que têm dificuldade de aprender matemática, então nós temos de adaptar”, apontou.

Para responder às diferentes capacidades de aprendizagem, lembrou a importância do Plano Educativo Individual (PEI) e do Currículo Educativo Individual (CEI), ferramentas que permitem adaptar os conteúdos às necessidades de cada estudante.

Adiantou que, perante a falta de determinados especialistas, tem sido necessário proceder a adaptações, estando em curso acções de formação dirigidas aos profissionais e, às vezes, tem recorrido às parcerias com instituições que trabalham directamente nesta área.

Apontou os casos da Associação Cabo-verdiana de Promoção e Inclusão das Mulheres com Deficiência (APIMUD), Associação dos Deficientes Visuais de Cabo Verde (Adevic) e a Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Especiais (Colmeia).

Outro desafio, segundo a delegada, prende-se com a relevância da participação das famílias ao longo do ano lectivo.

“Aproximar cada vez mais os pais às escolas é fundamental e nós registamos com muita satisfação a adesão dos pais às escolas no primeiro dia de aulas, mas nós não queremos que fique só por este primeiro dia, nós queremos que aconteça ao longo dos anos”, acrescentou.

Na ocasião, Constantina Afonso, manifestou confiança de que o novo ano lectivo será de boas vibrações e muitas realizações, tanto para os alunos como para os professores, esperando também bons resultados no final do percurso escolar.

Assegurou que as escolas se encontram preparadas para acolher os estudantes, tendo algumas sido alvo de obras e reabilitações, como cozinhas e casas de banho novas em 10 escolas básicas, no âmbito do Programa Promotion.

Relativamente às condições de arranque, a responsável assegurou que, de forma geral, todas as escolas do concelho dispõem de condições adequadas para o início das aulas.

Quanto aos “kits” escolares, confirmou que os alunos abrangidos já começaram a recebê-los, incluindo os manuais de todas as disciplinas, cuja distribuição está a ser feita directamente nas escolas.

O concelho da Praia conta, este ano, com uma média de 30 mil alunos, desde o ensino básico ao ensino secundário, e cerca de 1.800 professores.

AV/HF

Inforpress/Fim

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