São Vicente: PAICV revela preocupação com problemas estruturais e funcionais de estruturas de saúde

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São Vicente: PAICV revela preocupação com problemas estruturais e funcionais de estruturas de saúde
21/07/25 - 03:08 pm

Mindelo, 21 Jul (Inforpress) - Os deputados PAICV (oposição) eleitos por São Vicente mostraram-se hoje preocupados com problemas estruturais e funcionais de estruturas de saúde na ilha, as quais “continuam a comprometer a prestação dos cuidados básicos” à população.

Através de uma conferência de imprensa, a porta-voz dos deputados do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Josina Freitas, disse que tais problemas se relacionam com o Hospital Baptista de Sousa, Centro de Terapia Ocupacional da Ribeira de Vinha, Delegacia de Saúde de São Vicente e nos centros de saúde, e serão levados ao parlamento durante o debate sobre o Estado da Nação. 

Segundo a deputada, o Hospital Baptista de Sousa, que “era uma referência para toda a região”, neste momento enfrenta “sérias dificuldades” tais como a falta de especialistas, de medicamentos e de condições logísticas adequadas que compromete o atendimento diário, além de lista de espera para consultas “cada vez mais longa” e de operações programadas “cada vez mais difíceis”.

“Um dos exemplos claros desse descaso com o hospital é a situação da cozinha, há mais de cinco meses inoperacional”, afirmou.

A mesma lembrou que a 08 de Março de 2023 o Governo destacou a construção da nova cozinha do hospital como “um exemplo das estruturas criadas e construídas com qualidade a todos os níveis”, mas que a realidade é que a estrutura neste momento funciona “como um simples depósito”.

Josina Freitas também criticou o facto de a obra do Centro Ambulatorial estar a decorrer por seis anos, mesmo assim segue inacabada apesar de ter iniciado em 2019, com duração para 18 meses, e com financiamento a mais de 90 por cento (%) garantido pelo Fundo de Kuwait.

“A derrapagem financeira aproxima-se do valor inicial da obra e actualmente os trabalhos estão a decorrer sem fiscalização devido à suspensão de pagamentos à empresa responsável. Entre outros problemas, o primeiro-ministro trata esse agravamento dos custos como irrelevantes”, contestou.

Segundo a deputada, também “nada foi concretizado em relação à unidade de quimioterapia prometida” para São Vicente e toda a região norte, reforçada publicamente em 2022, inclusive com declarações no parlamento.

“Na última visita efectuada ao hospital, deparamos com o que infelizmente já se tornou habitual, apenas mais uma obra de discurso. Nada foi feito, não há qualquer estrutura física ou operacional visível”, afirmou.

Segundo a mesma fonte, o Centro de Terapia Ocupacional da Ribeira de Vinha, inaugurado em 2022 com uma derrapagem a mais de 25 mil contos, “não funciona em pleno, não tem iluminação externa e funciona sem um terapeuta ocupacional”.

Além disso, frisou, o tempo de tratamento também foi reduzido de nove para seis meses, comprometendo o tratamento dos pacientes e que o valor atribuído para a alimentação dos mesmos é de 1.800 contos anuais, que equivale a mais ou menos 45 escudos por refeição, o que também compromete a alimentação.

A nível da atenção primária, denunciou que os centros de saúde de São Vicente, que antes funcionavam aos finais de semana e feriados, nesse momento fazem o horário laboral por falta de pagamento.

Também afirmou que a Delegacia de Saúde “enfrenta um grave problema”, pois os funcionários que tinha para a luta anti-vectorial “saíram quase todos para a imigração”.

A deputada também aproveitou para agradecer à República Popular da China pela conclusão do novo Centro Materno Infantil e disse esperar que o Governo mantenha o propósito “desta grande obra” e que “avance rapidamente” para a contratação e alocação de todos os profissionais essenciais para o pleno funcionamento dessa unidade.

CD/AA

Inforpress/Fim

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