Mindelo, 22 Set (Inforpress) – A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) apontou hoje, no Mindelo, que, há “falta de vontade política, liderança e competência” para que São Vicente volte à sua normalidade após a passagem da tempestade Erin.
Uma posição assumida pelo presidente Regional do partido em São Vicente, Anilton Andrade, que convocou a imprensa para abordar uma vez mais a situação da ilha após a tempestade de 11 de Agosto último.
Decorridos mais de 40 dias desde o ocorrido que assolou a ilha, com nove mortes, pessoas desaparecidas e muitos danos materiais, o que constata, conforme a mesma fonte, é que a normalidade “está longe de ser reposta”.
“O que impera é a inércia, a desorganização e a ausência da visão estratégica por parte dos poderes locais e centrais”, acusou Anilton Andrade, para quem há também “falta de vontade política, liderança e competência”.
As chuvas de 11 de Agosto e depois a 11 de Setembro foram, antes de mais, um “despertar brutal”, para uma verdade há muito ignorada de que São Vicente é uma ilha “com infra-estruturas frágeis, fruto de anos de más decisões, obras mal planeadas e prioridades invertidas”.
“Pior do que os estragos materiais, é a sensação de abandono que hoje paira sobre a ilha”, lançou.
Isto porque, segundo o presidente Regional da UCID, mesmo passados tantos dias ainda continuam terras e entulhos acumulados à beira das estradas, esgotos a céu aberto a perigar a saúde pública, vias degradadas e construções em zonas de risco, autorizadas ou não fiscalizadas pela câmara municipal.
Anilton Andrade vai mais longe e apontou o caso concreto do Centro de Saúde de Ribeira de Craquinha que foi encerrado na sexta-feira, 19, por um esgoto que corria a céu aberto nas suas imediações.
“Isso é mais do que desleixo, é um atentado contra o direito à saúde”, considerou o político, que elencou vários outros constrangimentos vividos até então.
Contudo, garantiu que a UCID não se limita a críticas, tanto assim é que os vereadores do partido na câmara municipal irão apresentar um pacote de medidas estruturantes para a reconstrução da ilha, com foco em planeamento urbano, realojamento seguro, reforço dos serviços de emergência e recuperação sanitária.
Por outro lado, propõe que o dia 11 de Agosto seja instituído como o Dia da Solidariedade Sanvicentina, em memória da tragédia vivida, mas também como símbolo da “força, resiliência e solidariedade do povo”, que, assinalou, “tantas vezes substituiu o papel do Estado e da edilidade”.
LN/ZS
Inforpress/Fim
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