São Vicente/Chuvas: Grandes empresários acreditam que ajudas do Governo ainda estão longe de ressarcir os seus prejuízos

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São Vicente/Chuvas: Grandes empresários acreditam que ajudas do Governo ainda estão longe de ressarcir os seus prejuízos
23/08/25 - 06:32 pm

Mindelo, 23 Ago (Inforpress) – Os grandes empresários mindelenses, que hoje se reuniram com o ministro do Fomento Empresarial, consideraram que as medidas anunciadas pelo Governo ainda não estão direccionadas para a sua categoria e não permitem ressarcir os seus prejuízos.

As opiniões foram expostas durante a reunião na Sala de Conferências da Câmara de Comércio do Barlavento (CCB), no Mindelo, que esteve a abarrotar pelas costuras com micro, pequenos, médios e grandes empresários e empreendedores do meio sanvicentino.

O encontro, marcado pelo Ministério da Promoção de Investimentos e Fomento Empresarial e que durou mais de duas horas e meia, teve várias intervenções, cada uma apresentando as perdas tidas com as chuvas de 11 de Agosto último e a exigir respostas céleres tanto da Câmara Municipal de São Vicente, como do executivo.

Entre estes, Amílcar Lopes, responsável de Horto-Carnes, explicou que no seu caso foi a única empresa, das maiores, a ter prejuízos na zona de Bela Vista devido à uma conduta de esgoto colocado no leito da ribeira que rompeu o portão e as paredes das suas instalações e destruiu todos os equipamentos de refrigeração e mantimentos feitos para o festival Baía das Gatas.

Entretanto, segundo a mesma fonte, as medidas anunciadas de apoios financeiros emergenciais não os satisfazem quando, de acordo com o documento socializado na reunião, vai ser concedido um rendimento solidário de 30 mil escudos por três meses e aos operadores do sector informal um montante de 50 mil escudos, ambos a fundo perdido.

Também sem necessidade de reembolso, deverá ser entregue às micro-empresas montantes entre 150 a 300 mil escudos, pequenas empresas, entre 300 e 500 mil escudos e ainda às médias entre 500 mil escudos e 1.200 contos.

Isto para além de linhas de crédito com juros de bonificação de no máximo 5,5 por cento (%).

Juros esses que Amílcar Lopes não vê como ajuda real por ser “muito alto” para alguém que “perdeu muito e não precisa mais uma dívida tão elevada”.

“O que queremos é um apoio condigno, não queremos mendigar por uma situação que não foi criada por nós”, sublinhou o empresário, para quem a culpa também não é do Governo, mas gostaria de ver pessoas responsabilidades por situações que “podiam ter sido evitadas”.

Como sugestão de apoio, pediu que os juros sejam diminuídos para ajudar os empresários a reerguer-se.

Já o sócio-gerente da Empresa Passarão Limitada e proprietário dos mini-mercados Voou, Bernardino Fonseca, disse ser um grande contribuinte, mas que devido ao temporal está a passar por dificuldades.

Também com propriedades em Calhau, onde perdeu várias cabeças de gado, acredita que “não há valor nenhum que pague tal prejuízo”.

Mesmo assim, pediu que o poder local e central os ajude a continuar a dar empregos e colocar São Vicente no patamar de antes, algo que, assegurou, deveria passar pela redução de impostos e algum atractivo aduaneiro.

Considerações que o ministro do Fomento Empresarial, Eurico Monteiro, garantiu que vão ser tidas todas em conta e com respostas caso a caso para as empresas maiores, principalmente.

LN/CP

Inforpress/Fim

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