Tarrafal, 23 Ago (Inforpress) – O número de ninhos de tartarugas marinhas registados nas praias do município do Tarrafal, em Santiago, diminuiu nesta temporada de desova em relação ao ano anterior, informou hoje a coordenadora do projecto de conservação da associação Lantuna.
Mediana Reis adiantou, em declarações à imprensa, que foram contabilizados 43 ninhos na praia de Ribeira das Prata, um contraste com os aproximadamente 60 ninhos assinalados no mesmo período do ano passado.
A responsável estima que este número corresponde a cerca de 2.000 ovos, levando em consideração a média de ovos por ninho.
A ambientalista apontou o ciclo natural da espécie, que põe ovos de três em três anos, e as alterações climáticas, como o aumento da temperatura e a disponibilidade de alimentos como possíveis factores para esta redução.
Mediana Reis ressaltou ainda a importância do trabalho de sensibilização da comunidade, explicando que a associação tem levado a cabo campanhas de limpeza nas praias e ribeiras para evitar a poluição, um factor que ameaça a vida marinha.
Essas acções, conforme avançou, contam sempre com a participação de voluntários, monitores, mas também de moradores locais, especialmente na Ribeira das Prata.
Quanto à protecção dos ninhos, a coordenadora afirmou que, até então, não enfrentaram problemas com a invasão de cães, mas que há risco de ataques, se os ninhos não forem transportados para os viveiros de protecção.
Este ano, segundo Mediana Reis, a associação instalou viveiro somente na Ribeira das Prata, porque os ninhos registados na praia da Vila do Tarrafal não justificam a criação de um viveiro nesta praia.
Daí, ressaltou que quando se regista um ninho na praia da vila estes ovos são transportados e realocados no viveiro da Ribeira das Prata, monitorado por guardas, voluntários nacionais e internacionais, além do apoio da comunidade local, que realiza patrulhas noturnas.
Na ocasião, a coordenadora reforçou que as temperaturas elevadas e outros fenómenos associados às mudanças climáticas representam uma ameaça contínua e que é crucial manter as acções de preservação para garantir a sobrevivência das tartarugas marinhas no município do Tarrafal.
MC/CP
Inforpress/Fim
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