Cidade da Praia, 12 Set (Inforpress) – O autor Anaximandro Nandanhe defendeu hoje, na Praia, que os jovens têm uma responsabilidade central na valorização da língua portuguesa e na construção da lusofonia, apelando à abertura da CPLP e a mobilização da sociedade civil.
Estas declarações foram feitas durante a apresentação da obra “A Língua Portuguesa e a Geração da Lusófona” realizada no Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP).
“O que me motivou a escrever este livro é a reflexão que vinha fazendo sobre a língua portuguesa. Notei um desinvestimento em relação a este património e senti a necessidade de chamar os jovens para pensarmos juntos como podemos trabalhar a língua e torná-la uma língua de futuro”, afirmou.
Segundo o autor, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) deve “abrir-se mais” e envolver a juventude, artistas e sociedade civil, de forma a transformar as decisões em acções concretas.
“A CPLP está muito fechada em si e se ela quiser ser uma comunidade dos povos, dos jovens, tem de abrir mais”, frisou.
Por sua vez, o director executivo do IILP, João Neves, destacou a relevância da obra, sublinhando tratar-se de um contributo da juventude para a reflexão sobre o futuro da língua portuguesa.
“É um pequeno contributo que mostra como o papel das gerações mais novas será essencial. Em 2050 e 2100, o número de falantes da língua portuguesa aumentará de forma significativa, mas isso só será real se as novas gerações continuarem a ver na língua portuguesa uma forma de realização pessoal e de exercício de cidadania”, afirmou.
Para João Neves a obra reúne testemunhos de jovens da diáspora que já projectam as suas vidas pessoais e profissionais através da língua portuguesa, reforçando a ideia de que esta pode ser um espaço de mobilização e de identidade partilhada.
A obra “A Língua Portuguesa e a Geração da Lusofonia”, editada pelo autor em parceria com a Organização Juvenil dos Países de Língua Portuguesa, apresenta reflexões sobre o papel da língua como património cultural, histórico e afectivo, e a sua importância na aproximação entre culturas e gerações no espaço da CPLP.
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Inforpress/Fim
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