São Vicente/Chuvas: FIFA pronta para apoiar apesar de “muito trabalho” para recuperação do Estádio Adérito Sena (c/áudio)

Mindelo, 23 Set (Inforpress) – A coordenadora Regional para África da FIFA garantiu que estão prontos e optimistas para ajudar na reabilitação das infra-estruturas desportivas afectadas pelas chuvas, principalmente o Estádio Adérito Sena, onde a recuperação exigirá “muito trabalho”.

Silmara Sousa está em São Vicente acompanhada de mais dois colegas da Federação Internacional de Futebol (FIFA), na sequência de um pedido da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) para avaliar os estragos feitos pela tempestade Erin, no dia 11 de Agosto, nas estruturas desportivas.

Neste sentido, realizaram na segunda-feira, 22, uma visita ao Estádio Adérito Sena, campo da Bela Vista, propriedades municipais, e ao Centro de Estágio do Mindelo, propriedade da FCF, e estiveram reunidos hoje com o vereador do Pelouro Social.

A ideia, conforme a mesma fonte, é apoiar através do projecto da FIFA `Recovery Programe´, mas garantiu que do que viram no terreno, “o impacto é grande e exige uma intervenção a fundo”.

“Mas estamos optimistas e vamos apoiar a federação, a câmara municipal, porque são infra-estruturas para o povo de São Vicente”, ressaltou Silmara Sousa.

Referindo-se em particular ao Estádio Adérito Sena, a coordenadora Regional de África disse estar pouco optimista de que o campo esteja pronto para a época desportiva arrancar no mês de Outubro, mas, garantiu, tudo dependerá da disponibilização dos dados da parte da câmara municipal e FCF.

“Pelo que pudemos constatar ontem na visita ao Adérito Sena é que há muito trabalho, mas tudo dependerá da disponibilização das informações”, sublinhou aquela responsável, confirmando estarem à espera de um relatório técnico para avaliar, especialmente, o relvado.

Por outro lado, segundo a mesma fonte, estão “a fazer de tudo” para efectivar também as melhorias que dão ao “Adérito Sena” o certificado para receber os jogos internacionais.

Questionada sobre os montantes para custear as reabilitações, Silmara Sousa disse que num primeiro momento deverá ser mais de 60 mil contos, mas ainda a avaliação está a ser feita para saber os valores reais e de seguida mobilizar os fundos necessários.

As ajudas da FIFA também poderão se estender à área social através da fundação, dependendo das prioridades apontadas pela Câmara Municipal de São Vicente.

Por seu lado, o vice-presidente da FCF, Joel Barros, agradeceu a disponibilidade da FIFA para essa cooperação, mas confirmou que dificilmente o Estádio Adérito Sena vai estar pronto para o arranque da época em Outubro, por isso o foco inicial está na recuperação do campo do Centro de Estádio para acolher os jogos.

Pediu agora a parceria da câmara de São Vicente para que a FIFA financie “a tão sonhada melhoria” para o estádio municipal acolher os jogos internacionais e ainda custear um projecto de construção de pequenos campos (20X40) nas diversas localidades para entreter os jovens e prevenir de males sociais.

“É um assunto que estamos a tomar com muita seriedade e vamos discutir com as câmaras municipais porque a FIFA exige que os terrenos sejam do Estado para evitar futuros problemas de titularidade”, explicou Joel Barros.

Da parte da edilidade, o vereador do Pelouro Social, Rodrigo Martins, destacou essa articulação entre as instituições, que vai permitir enfrentar alguns desafios trazidos pelas chuvas.

Conforme a mesma fonte, neste momento dependem muito dos parceiros para enfrentar “várias frentes” que vão permitir reconstruir a ilha.

A tempestade Erin, ocorrida na madrugada do dia 11 de Agosto, inundou bairros, destruiu estradas e estabelecimentos comerciais, afectou o abastecimento de energia e água e provocou nove mortos, havendo ainda duas pessoas desaparecidas e vários desalojados.

Na sequência, o Governo decretou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos concelhos de São Nicolau, outros dos pontos do país afectados.

Foi aprovado um plano de resposta com apoios de emergência às famílias e actividades económicas, incluindo linhas de crédito bonificadas e verbas a fundo perdido, financiadas pelo Fundo Nacional de Emergência e pelo Fundo Soberano de Emergência, criado em 2019.

LN/ZS

Inforpress/Fim