Mindelo, 03 Set (Inforpress) – A Federação Internacional da Cruz Vermelha anunciou hoje, no Mindelo, ter já garantido “no mínimo 200 milhões de escudos” arrecadados a favor de Cabo Verde, frutos do apelo internacional que lançou após a tempestade Erin.
O anunciou foi feito pelo chefe do Cluster de Dacar (Senegal) da Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV), Alexandre Caludon, durante a apresentação do fundo e das estratégias de resposta da instituição, na presença, entre outras individualidades, do primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva.
Segundo a mesma fonte, para esta mobilização da solidariedade internacional da FICV contribuíram, até ao momento, entre outros, países como Portugal, Espanha, Estados Unidos, Japão, Luxemburgo, Noruega e Suíça, para além da União Europeia.
“É importante, mas podemos fazer mais, pois para a etapa da recuperação é importante perceber quais são as necessidades das autoridades para a Cruz Vermelha Cabo Verde se preparar”, sintetizou Alexandre Caludon.
Num outro ponto da sua comunicação, elogiou os voluntários da Cruz Vermelha em São Vicente que desde o primeiro momento ajudaram, e muitos deles afectados pela tempestade, e, em nome do secretário-geral da Cruz Vermelha, El Hadji As Sy, apresentou ao primeiro-ministro as condolências pelas perdas humanas decorrentes da tempestade.
“A Cruz Vermelha acredita em três ‘R’ – Resposta, Resiliência e Respeito – com muito respeito das autoridades, das comunidades e pelos seres humanos”, finalizou o chefe do Cluster de Dacar da FICV.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia, por seu lado, reconheceu “a boa parceria” que o Governo tem desenvolvido com a Cruz Vermelha de Cabo Verde e a solidariedade da Cruz Vermelha Internacional, “parceiros que não são de hoje”.
Lembrou, a propósito, o trabalho executado pelas duas partes durante o período das secas severas de 2017 a 2021, “trabalho que deu resultados”, a pandemia da covid-19, “a maior das crises”, e agora na resposta à tempestade Erin, com “grande impacto a nível da economia”.
Por isso agradeceu à Cruz Vermelha por este movimento de angariação de apoios financeiros, materiais e técnicos, em direcção a “uma boa resposta” à crise
“Juntos iremos vencer e voltar novamente à normalidade em São Vicente, Santo Antão e São Nicolau, estas duas últimas com menos impacto, mas que fazem também parte deste pacote, finalizou Ulisses Correia e Silva.
Da parte do presidente da Cruz Vermelha de Cabo Verde, Arlindo Carvalho, veio a garantia de que todos os 191 países que compõe o movimento da Cruz Vermelha, os seus 16 milhões de voluntários e os 500 mil profissionais da instituição estão mobilizados para apoiar Cabo Verde.
Destacou ainda a irmandade e o funcionamento do espírito de colectividade do cabo-verdiano.
A tempestade Erin, ocorrida na madrugada do dia 11 de Agosto, inundou bairros, destruiu estradas e estabelecimentos comerciais, afectou o abastecimento de energia e água e provocou nove mortos, havendo ainda duas pessoas desaparecidas.
Na sequência, o Governo declarou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos concelhos de São Nicolau.
Foi aprovado um plano de resposta com apoios de emergência às famílias e actividades económicas, incluindo linhas de crédito bonificadas e verbas a fundo perdido, financiadas pelo Fundo Nacional de Emergência e pelo Fundo Soberano de Emergência, criado em 2019.
AA/HF
Inforpress/Fim
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