Ribeira Grande, 18 Out (Inforpress) – O presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande (CMRG), Orlando Delgado, considerou hoje que Santo Antão é uma ilha com uma história rica e um dos maiores patrimónios do mundo.
“Santo Antão é uma ilha de história, já foi a sede da comarca de toda a região do Barlavento. Este é um dado inequívoco para compreendermos a dimensão da ilha”, realçou.
Orlando Delgado, que discursava no acto oficial do Dia Nacional da Cultura e das Comunidades, que teve lugar no Terreiro da Ribeira Grande, em Santo Antão, afirmou que a ilha possui um património edificado e religioso “significativo, um dos maiores de Cabo Verde”.
“Em termos de património natural, é indiscutível que Santo Antão possui um dos maiores patrimónios do mundo. Assim, cabe-nos a responsabilidade de garantir que toda essa história seja valorizada como um activo para o desenvolvimento de Santo Antão”, salientou.
Nesse sentido, a mesma fonte afirmou que desejam que a história de Santo Antão “não seja fragmentada”.
Outrossim, o edil ribeira-grandense afirmou que pretendem aliar a história da ilha ao turismo, que, segundo a sua perspectiva, é um dos “motores de crescimento”.
“Os guias turísticos necessitam de informação fundamentada para poderem transmitir aos visitantes toda a grandeza de Santo Antão. O presidente do Instituto Nacional do Arquivo Histórico lançou-nos o desafio de trabalharmos toda a informação existente sobre Santo Antão, para que possamos começar a contar a nossa história verídica e não aquela que, muitas vezes, é inventada por cada um”, pontuou.
Por sua vez, o ministro da Cultura, Augusto Veiga, afirmou que a escolha de Ribeira Grande, Santo Antão, para acolher o Dia Nacional da Cultura e das Comunidades se deve ao princípio da descentralização, tendo o mesmo reconhecido que todos os municípios de Cabo Verde têm o direito de receber actividades como esta.
“Demos o primeiro passo para que, daqui em diante, este evento também seja descentralizado e realizado em vários municípios. Estamos a observar o impacto que está a ter aqui no município da Ribeira Grande e também em Santo Antão, com a realização do acto central, bem como com a feira do livro, a projecção de filmes, o lançamento de livros e as conversas abertas. Achamos que, realmente, foi uma decisão muito positiva e, da nossa parte, vamos continuar”, afirmou.
Augusto Veiga acrescentou que existem desafios no sector da cultura, sendo um dos maiores a formalização do sector, para que este possa ter um peso significativo e um impacto maior a nível da economia, além de obter o devido respeito e financiamento.
“No Orçamento de Estado, representamos menos de 1 % do orçamento total. Portanto, é uma luta contínua para conseguirmos mais recursos, para podermos formar, formalizar e representar melhor o nosso país além-fronteiras”, finalizou.
Já o ministro das Comunidades, Jorge Santos, referiu que o “casamento” entre a cultura e as comunidades é “perfeito”, pois, segundo o seu entendimento, a cultura é a base da cabo-verdianidade.
“Por isso, esse casamento é perfeito: a cultura e as comunidades. Daqui da Ribeira Grande, quero felicitar todos os cabo-verdianos que se encontram nas Américas, na Europa, na África e na Ásia por este dia que é o nosso dia. Não é um dia qualquer, é um dia de reflexão sobre o nosso percurso, a nossa civilização cristã e o que nos caracteriza enquanto povo”, afirmou.
O ministro enfatizou a importância de unir esforços para preservar e promover a cultura cabo-verdiana, destacando que cada cabo-verdiano, onde quer que esteja, desempenha um papel crucial na construção da identidade nacional.
“Devemos continuar a trabalhar juntos para que a cultura seja um dos pilares que sustentam as nossas comunidades, independentemente de onde nos encontramos. A cultura é a nossa herança e a nossa força”, concluiu.
A cidade da Ribeira Grande, Santo Antão, é o centro das comemorações do Dia Nacional da Cultura e das Comunidades deste ano, que acontecem de 16 a 20 de Outubro.
Sob o lema "Cultura, ponto de luz, farol da diáspora", a programação inclui uma série de actividades culturais diversificadas.
De acordo com a programação, o evento começou esta quarta-feira com uma feira do livro, que ocupa as ruas da cidade, mantendo viva a tradição das manifestações culturais ao ar livre.
LFS/ZS
Inforpress/Fim
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