
Assomada, 12 Nov (Inforpress) – As vendedoras de roupas e calçados do mercado de Sucupira, em Assomada, expressaram hoje o descontentamento com a realocação das vendedeiras de verduras para o “mercado velho”, e denunciaram sentimentos de injustiça e prejuízos económicos.
Em declarações à Inforpress, Claudina Cabral, comerciante com mais de 20 anos de experiência, afirmou que a reorganização favorece apenas o sector de verduras, deixando os vendedores de roupas e calçados em desvantagem.
“Para nós, que vendemos roupa, a situação está difícil. Não tem clientes, não tem dinheiro, não tem nada”, disse.
Claudina acrescentou que, além de manter a própria renda, ainda precisa comprar produtos alimentares, o que torna a situação ainda mais complicada.
Criticou ainda a cobrança diária de 80 escudos pela “porta”, mesmo nos dias em que não conseguem realizar vendas.
Aleida Tavares, outra vendedora, sugeriu que todos os comerciantes fossem colocados juntos no mercado antigo, na rua pedonal, ou que fosse fechada uma via em frente ao mercado de Sucupira para acomodar todos em um único espaço.
“Temos filhos para criar e esta situação prejudica a venda. Se tudo estivesse junto, haveria mais movimento para todos”, declarou.
“Mesmo sem vender, temos de pagar todos os dias. Isso pesa muito para quem depende da feira para sobreviver”, lamentou.
O mercado de Sucupira encontra-se em obras e a câmara municipal realocou parte das vendedeiras de verduras para o mercado antigo da rua pedonal com o objectivo de organizar o comércio e melhorar a infra-estrutura.
No entanto, os comerciantes de roupas e calçados afirmam que a medida precisa ser revista, defendendo que a integração de todos os produtos em um mesmo espaço permitiria maior movimento de clientes e melhor convivência entre os comerciantes de diferentes sectores.
“As vendas estão prejudicadas. Se os vendedores de roupa não têm movimento, não conseguimos manter a renda, comprar verdura ou pagar despesas. Isso afecta toda a comunidade que depende do comércio local”, afirmou Salomé Sanches.
Diante da situação, as vendedoras pedem uma intervenção da câmara municipal para que todos os comerciantes possam trabalhar juntos, de forma organizada, garantindo que o mercado continue a ser um ponto de referência em Assomada, não apenas para compras, mas também para a integração social da comunidade.
DV/HF
Inforpress/Fim
Partilhar