Sal acolhe espetáculo “Celestina ou o Teatro da Crueldade” no encerramento das comemorações dos 50 anos da independência

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Sal acolhe espetáculo “Celestina ou o Teatro da Crueldade” no encerramento das comemorações dos 50 anos da independência
03/12/25 - 04:42 pm

Espargos, 03 Dez (Inforpress) – O Centro Cultural de Santa Maria, na ilha do Sal, recebe na quinta-feira, 05 de Dezembro, o espetáculo “Arte, Memória e Futuro”, que marca o encerramento oficial das comemorações dos 50 anos da independência de Cabo Verde.

Integrando este evento de entrada livre, será apresentada a peça “Celestina ou o Teatro da Crueldade”, uma das produções mais premiadas da companhia espanhola Atalaya, dirigida por Ricardo Iniesta.

Conforme uma nota de imprensa, a iniciativa reafirma o compromisso de Cabo Verde com a arte, a cultura e o pensamento crítico, meio século após a conquista da liberdade.

As celebrações deste cinquentenário tiveram início em Abril, no Mindelo, com diversas acções culturais, e prosseguiram em Julho na cidade da Praia.

A recta final das comemorações acontece agora na ilha do Sal, concluindo um percurso nacional que evocou a história, as conquistas e a afirmação do país no cenário internacional.

“Celestina ou o Teatro da Crueldade” inspira-se no clássico espanhol La Celestina, explorando temas como amor, poder, desejo e solidão numa abordagem contemporânea que reforça a profundidade psicológica da protagonista.

A encenação resulta de meses de trabalho e cerca de 140 ensaios, com o texto original reduzido a um sexto para preservar os monólogos centrais e enfatizar a crítica social presente na narrativa.

A leitura cénica realça uma “melibea mais consciente e actuante”, abordando também a mercantilização das relações humanas, num espetáculo que combina emoção, intensidade e reflexão.

“A proposta artística integra elementos da comédia dell’arte, expressionismo alemão e referências pictóricas de Brueghel, Bosch e Goya”, diz o comunicado.

A montagem incorpora ainda princípios do Teatro da Crueldade de Antonin Artaud, envolvendo um elenco que permanece em palco durante toda a apresentação, acompanhado por sonoridades tradicionais dos Balcãs, sul de Itália e Galícia.

A produção já arrecadou diversos prémios, entre os quais, melhor espetáculo internacional, Festival de Teatro de Madrid, prémio de excelência cénica, Festival de Artes de Mindelo.

A interpretação de Carmen Gallardo tem sido “amplamente” elogiada pela crítica internacional, que a descreve como “magistral” e “uma deusa da interpretação”.

Publicações como El Mercurio (Chile) destacam a montagem como “corajosa, sábia e imaginativa”, enquanto o jornal espanhol ABC a classifica como um “espetáculo total, com dramaturgia excelente e iluminação antológica”.

Já a Revista Ercilla, do Chile, sublinha o caráter “envolvente e de comunicação máxima com o público”.

O espetáculo integra o programa nacional das comemorações dos 50 anos da Independência, que ao longo de 2025 promoveu iniciativas culturais, institucionais e educativas em todas as ilhas do país.

NA/ZS

Inforpress/Fim

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