Moscovo, 06 out (Inforpress) – A Rússia anunciou hoje ter interceptado 251 drones ucranianos durante a noite, num dos maiores ataques de Kiev em três anos e meio de conflito, particularmente intenso na região do mar Negro.
Desse número, 40 drones foram abatidos sobre a península ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, 62 sobre o mar Negro e cinco sobre o mar de Azov, indicou o Ministério da Defesa russo.
No domingo, a Rússia lançou o maior ataque, desde o início da guerra na Ucrânia, em 2022, contra a região de Lviv, que faz fronteira com a Polónia, de acordo com o chefe da Administração Militar Regional da Ucrânia, Maksim Kozitskí.
Cerca de 140 drones e 23 mísseis foram direccionados Lviv e o ataque obrigou a Polónia e os seus aliados da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) a activarem o seu alerta máximo e os sistemas de defesa e de reconhecimento.
Desde o início da ofensiva russa, em Fevereiro de 2022, Moscovo lança quase diariamente drones e mísseis sobre a Ucrânia, que responde regularmente com ataques ao território russo.
Kiev costuma visar as infra-estruturas energéticas russas, mas os ataques são geralmente limitados a algumas dezenas de drones.
Por seu lado, Moscovo intensificou as agressões à rede eléctrica ucraniana nos últimos dias, temendo-se uma campanha destinada a mergulhar o país na escuridão com a aproximação do Inverno, como aconteceu em 2024.
No final de Setembro, Moscovo exercia controlo total ou parcial sobre 19% do território ucraniano, de acordo com a análise da agência de notícias France-Presse (AFP) aos dados fornecidos pelo Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), organização norte-americana.
Cerca de 7% - a Crimeia e zonas do Donbass - já estavam sob controlo antes do início da invasão russa em Fevereiro de 2022.
Enquanto os esforços diplomáticos empreendidos pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, durante o Verão para pôr fim ao conflito ficaram paralisados, o avanço do exército russo voltou a abrandar em Setembro.
A Rússia conquistou 447 quilómetros quadrados (km²) aos ucranianos, acentuando a desaceleração iniciada em Agosto (594 km²) após um pico em Julho (634 km²).
Inforpress/Lusa/Fim
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