Ribeira Grande, 26 Mar (Inforpress) – A coordenadora da Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusiva (EMAEI) da Ribeira Grande, Lúcia Miranda, afirmou hoje que está preocupada com o aumento de casos de crianças dos 4 aos 5 anos com dificuldades na linguagem.
Em declarações à Inforpress, Lúcia Miranda considerou a situação “grave” e para piorá-la algumas das crianças já sinalizadas, que estavam a ser acompanhadas por uma fonoaudióloga no concelho, já não estão a receber a assistência dessa especialista porque a mesma já não presta serviço às estruturas de saúde da Ribeira Grande.
“A nossa intervenção no pré-escolar baseia-se no facto de que quanto mais cedo fizermos a sinalização, mais cedo será a intervenção e melhor será o processo de inclusão. No pré-escolar a nossa preocupação é que muitas crianças estão com dificuldade na linguagem, são crianças dos 4 a 5 anos que ainda não dizem uma palavrinha e isso é grave”, alertou.
Ainda segundo Lúcia Miranda, no concelho da Ribeira Grande há muitos casos complicados e muitas vezes a EMAEI fica sem saber dar respostas.
É que, conforme explicou a coordenadora da EMAEI, muitas dessas crianças ficam longe da sala de recursos e, “infelizmente”, são filhos de pais com fracos recursos económicos e têm dificuldades em deslocar-se à cidade da Ribeira Grande para fazerem consultas médicas, ou então, em caso de diagnostico, não conseguem deslocar-se à São Vicente para fazerem consultas de especialidade.
“São casos que não temos diagnósticos e já partilhamos esta preocupação com a delegação do Ministério da Educação na Ribeira Grande e agora estamos a ver junto da câmara municipal e da delegacia de Saúde da Ribera Grande o que é possível fazer com estas crianças”, salientou.
Segundo Lúcia Miranda, a EMAEI já sinalizou, no concelho da Ribeira Grande, 125 crianças, mas ainda há outro grupo que está em avaliação e quase todos os dias entram novos casos para sinalização e a capacidade de resposta está a levar algum tempo.
“Temos casos que chegam até ao final do ano lectivo sem resposta e isso está a preocupar-nos porque somos sete técnicos, numero insuficiente para dar resposta a todas as solicitações”, alertou.
Segundo Lúcia Miranda, a educação inclusiva tem de ser feita por uma equipa multidisciplinar e faltam algumas especialidades como um assistente social, um neuropsicólogo, um fonoaudiólogo, enfim, várias especialidades para ter uma equipa “capaz” de dar mais respostas aos vários casos que estão a aumentar no concelho da Ribeira Grande.
LFS/HF
Inforpress/Fim
Partilhar