Mindelo, 08 Jul (Inforpress) - O Presidente da República destacou a “grandeza da obra” de Pedro Pires “nos mais de 70 anos de entrega a Cabo Verde” referindo que o título honoris causa que a Uni-Mindelo lhe atribuiu é uma “justa homenagem”.
José Maria Neves falava na cerimónia de outorga do título de doutor honoris causa ao antigo Presidente da República, Pedro Pires, atribuída pela Universidade do Mindelo (Uni-Mindelo), a sexta distinção da história da instituição.
A cerimónia começou com o desfile de académicos e estudantes da Uni-Mindelo empunhando a bandeira da instituição, acompanhados por representantes de outras instituições universitárias nacionais e internacionais, do próprio homenageado Pedro Pires e do seu padrinho Germano Almeida.
O desfile foi abrilhantado pela música “Cabo Verde Terra Estimada”, composição de Jotamont, pelo grupo que seguiu em direcção ao Auditório Onésimo Silveira, onde José Maria Neves enalteceu os feitos de Pedro Pires, enquanto combatente da liberdade da pátria e como homem que conduziu a governação do país pós-independência.
“Passados os 50 anos, temos de prestar homenagem, sim, àqueles homens e mulheres que se dedicaram “de corpo e alma” à causa da independência, à causa da libertação do povo de Cape Verde da subjugação colonial. E, dentre eles, eleva-se com certeza a figura de Pedro Pires”, afirmou José Maria Neves.
Segundo a mesma fonte, 25 de Abril, que ditou a queda do regime de ditadura em Portugal, não é obra do acaso, mas sim obra dessa luta comum pela liberdade
O Presidente da República disse que nos últimos dias tem questionado o que leva um jovem 20 e poucos como Pedro Pires a abandonar os seus estudos e a entregar-se “de corpo e alma” à luta pela independência, pondo em perigo a sua própria vida, assumindo todos os riscos, mas corajosamente a dar o corpo ao manifesto e a fazer tudo para que o seu povo ganhasse o direito de escrever a sua história com as suas próprias mãos.
José Maria Neves destacou ainda vários feitos de Pedro Pires apresentando-o como “um dos grandes protagonistas” do processo de transição para a democracia e como o primeiro líder da oposição democrática em Cabo Verde.
Lembrou que, em vários momentos, ele insistiu na necessidade de se fazer a transição no quadro institucional vigente, o que culminou na aprovação das principais leis e instrumentos que permitiram a realização das primeiras eleições democráticas em Cabo Verde, em Janeiro de 1991.
O elogio académico foi feiro por António Sampaio da Nóvoa, académico e político português de ideologia esquerda, e tido como um putativo candidato às próximas eleições presidenciais em Portugal, pelo Partido Socialista (PS).
CD/AA
Inforpress/Fim
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