REPORTAGEM/Santa Cruz: Venda de peixe frito em rua de Cutelinho torna-se ganha-pão de mulher de 50 anos (c/áudio)

Pedra Badejo, 02 Out (Inforpress) – Naterça Tavares, mais conhecida por Chola, começou a vender peixe frito em meados de Julho deste ano, numa das ruas de Cutelinho, no município de Santa Cruz (Santiago), hoje, segundo ela, tornou-se seu ofício e ganha-pão.

“Se os peixes estão preparados começo a temperá-los a partir das 10:00, depois arrumo o espaço na rua e dou início a fritura a partir das 12:00 até 18:00. Há muita procura, começo a fritar para que sirva para o almoço e jantar”, disse enquanto colocava peixe na frigideira e chegavam os primeiros clientes.

Não obstante, ser na rua – perto da sua residência – a entrevistada da Inforpress, que estava vestida a rigor, com avental e touca, e que conta com ajuda da filha nos negócios, garantiu que a fritura do pescado é feita num espaço limpo e organizado, facto confirmado pelos próprios clientes que compravam os peixes fritos para ali comer e outros que levavam para casa para almoço.

“Aqui pode-se encontrar vários tipos de peixes vendidos a partir de 30 escudos posta e inteiro 60 escudos. O preço de uma posta de peixe varia conforme compro no mercado, ou seja, se comprar caro vendo caro, e se for barato também vendo a bom preço”, esclareceu a novel empreendedora.

Tendo em conta, que a venda de peixe se tornou seu ofício e ganha-pão, Chola pediu a quem de direito que a apoie para que tenha mais condições para também servir outros produtos, nomeadamente bebidas, e, quiçá, almoço como acompanhamento.

“Quero criar a minha empresa em parceria com a minha filha, mas não tenho condições. Se tal acontecer vou ter um espaço com mais condições, onde além de peixe frito, posso também servir bebidas que muitas vezes me pedem”, almejou Chola, mãe de quatro filhos, sendo um menor.

Aliás, lembrou que por não ter um espaço coberto, na semana passada ficou três dias sem trabalhar por causa da chuva intensa.

Na entrevista à Inforpress, esta santa-cruzense defendeu que o empreendedorismo não tem idade, e comprometeu-se a lutar até ao fim para alcançar o sucesso e sonho de ter um espaço digno nos próximos tempos.

Nesse município, considerado um dos mais pobres de Cabo Verde, de acordo com o Índice de Coesão Territorial (ICT) 2023, assim como Chola são muitas as mulheres que vendem produtos diversos em várias ruas e perto das escolas para sustentarem as suas famílias.

FM/CP

Inforpress/Fim