Cidade da Praia, 15 Mar (Inforpress) - A maioria dos professores está decidido em bloquear as notas do segundo trimestre, como forma de pressionar o Ministério da Educação a dar respostas às suas reivindicações referentes ao salário, promoções e aos subsídios ligados ao acréscimo de custo.
O anúncio foi feito hoje em conferência de imprensa, na Cidade da Praia, pela representante do Núcleo Nacional de Professores, Aleida Semedo, e que contou com a presença da presidente do Sindicato Democrático dos Professores (Sindprof), Líbia Herbert.
"Os professores estão decididos a não colocar neste trimestre as duas avaliações no sistema até que o Ministério de Educação se reúna com os interessados e apresente soluções viáveis e palpáveis, que vão ao encontro com as propostas feitas e as reivindicações apresentadas", anunciou.
Para a porta-voz dos professores, trata-se de uma luta em busca da dignidade profissional e humana, assim como mais reconhecimento, mais valorização e, sobretudo, “uma reacção verdadeira e proactiva das autoridades do país".
"Esta luta (...) não é diferente de qualquer outra, nem está fora do contexto ou da realidade actual do país. Todos têm acompanhado os investimentos feitos visando dignificar outros sectores, enquanto nós estamos descatados e desgastado", observou Aleida Semedo, para quem classe tem sido alvo de "troça".
Para o Núcleo Nacional dos Professores, o Ministério de Educação tem arrastado os problemas e as soluções, resolvendo coisas encurtadas e que não acarretam custos, com o intuito de "ludibriar" a sociedade e os incautos.
"Estivemos em negociações através dos sindicatos por longo tempo e ainda continuamos a ter em mãos apenas vento. Apenas uma minoria da classe é que tem sido contemplada, vistos que continuamos sem respostas às reivindicações do salário, promoções e aos subsídios ligados ao acréscimo de custo", denunciou.
Perante essa situação que os professores classificam de "descaso" da tutela e ausência de contraproposta "condigna", decidiram bloquear as notas os alunos neste trimestre.
"Neste momento esta é a nossa forma de luta. Parece-nos ser o único meio encontrado para demonstrar o nosso desagrado, a nossa insatisfação e a nossa revolta”, justifica o Núcleo Nacional dos Professores, garantindo que conta com o respaldo da maioria dos professores.
Por sua vez, Lígia Herbert garantiu que SINDPROF apoia toda as formas de luta dos professores desde que sejam legitimas, demonstrando, contudo, aberto e disponível para novas negociações.
"Voltamos a reiterar a nossa vontade e total disponibilidade para se voltar à mesa para novas negociações, caso o Ministério de Educação demonstrar boa vontade e bom senso", frisou.
No entanto, advertiu que sem progressão e propostas para os professores o Sindprof não se abdicará da resolução das pendências, entre as quais, conforme detalhou, a equiparação salarial com a dos quadros privativos.
O Sindprof, segundo a presidente Lígia Herbert, havia declarado à Inforpress, que apresentou uma proposta com o pedido de aumento salarial de 78.678 escudos para 107.471 escudos de salário base, mas não foi aceite na última reunião com o Ministério da Educação e a Direcção-Geral do Trabalho.
Entre as reivindicações, os professores pedem a conclusão de reclassificações, promoção automática, regularização da atribuição dos subsídios por não redução da carga horária até 2024, melhorar a carreira dos mestres, doutores e professores universitários, regularização da carreira das educadoras de infância, regularização do processo de transição dos professores e revisão do Estatuto da Carreira do Pessoal Docente.
OM/JMV
Inforpress/Fim
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