Presidente da República alerta para a subida do nível do mar 

Cidade da Praia, 03 Out (Inforpress) – O Presidente da República alertou hoje sobre as consequências das alterações climáticas que têm contribuído para o aumento do nível do mar e podem levar ao desaparecimento de ilhas, territórios provocando efeitos jurídicos, económicos e sociais.

Durante a sua intervenção na cerimónia de abertura da conferência sobre “alterações climáticas”, José Maria Neves sublinhou que as alterações climáticas estão a transformar paisagens, a ameaçar os ecossistemas, a forçar a mobilidade humana e a alterar profundamente a vida das pessoas.

Segundo o Chefe de Estado, as mudanças climáticas e as suas consequências, designadamente o aquecimento global e subida do mar, podem levar ao desaparecimento de ilhas e de territórios, provocando efeitos jurídicos, económicos e sociais complexos e difíceis.

Estas questões foram discutidas na Assembleia Geral das Nações Unidas, no quadro das reflexões sobre a subida do nível da água do mar, os seus impactos, a mobilidade climática, que é uma questão que está a ser debatida, para analisar quais são as consequências dessas mudanças, sobretudo para as ilhas, os pequenos estados insulares em desenvolvimento”, sublinhou.

Neste sentido, será necessário garantir a continuidade dos estados e nações com todo o seu património cultural, económico e político institucional, assegurar a mobilidade das pessoas em condições de segurança para novos territórios, preservando a vida e os bens de todos, bem como oportunidades e qualidade de vida para as gerações futuras.

Tendo em conta que essas questões são muito presentes e evidentes nos pequenos estados insulares no Pacífico, realçou que é “fundamental” que se comece a discutir com profundidade a nível internacional e dar o contributo enquanto pequeno Estado insular em desenvolvimento.  

No seu entender Cabo Verde está numa posição privilegiada desta empreitada e apesar da vulnerabilidade tem também a oportunidade de liderar o caminho na adaptação e mitigação às alterações climáticas, promovendo um modelo de desenvolvimento sustentável que possa ser replicado em outros estados semelhantes.

Na ocasião, apelou ao engajamento da sociedade civil para juntos enfrentar os desafios e lidar com essas questões que não dependem só do Estado.

"Para nós, em Cabo Verde, este é um tema particularmente sensível, dado o carácter insular e vulnerável do nosso território e as consequências já são sentidas por todos nós, no nosso caso com as secas prolongadas, que têm reflectido numa grande escassez de água (…)  os desafios que enfrentamos não se restringem apenas ao impacto ambiental”, apontou.

“Enquanto patrono da Década do Oceano, garantiu que vai assumir a responsabilidade de promover uma maior consciência cívica sobre a importância de proteger todos os oceanos e os recursos do planeta, por forma a assegurar um desenvolvimento justo, equilibrado, inclusivo e duradouro.

Promovida pela Agência Francesa para o Desenvolvimento dos Media, (CFI), a conferência acontece no âmbito do programa TERRA ÁFRICA - formação em jornalismo climático implementado em Cabo Verde, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Guiné Conacri e Senegal.

AV/ZS

Inforpress/Fim