Presidente do Comité Paralímpico alerta para desafios do controlo antidopagem em atletas com deficiência

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Presidente do Comité Paralímpico alerta para desafios do controlo antidopagem em atletas com deficiência
30/09/25 - 02:22 pm

Cidade da Praia, 30 Set (Inforpress) – O presidente e co-fundador do Comité Paralímpico de Cabo Verde, José Bejarano, alertou hoje para os desafios acrescidos enfrentados pelos atletas com deficiência no que toca ao consumo de medicamentos e ao controlo antidopagem.

O responsável sublinhou a necessidade de maior coordenação institucional e acompanhamento rigoroso.

Em declarações à Imprensa, à margem da visita do presidente da Agência Mundial Antidopagem (AMA), Bejarano destacou que muitos atletas paralímpicos são medicados e que a lista de substâncias autorizadas apresenta, a nível internacional, alguma flexibilidade, exigindo, por isso, cuidados redobrados.

“Os atletas com deficiência muitas vezes necessitam de medicação, mas ao mesmo tempo competem. É preciso ter atenção especial, porque existem drogas autorizadas em determinados contextos que, em competições, podem ser consideradas doping”, explicou, lembrando o caso dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, onde vários atletas de alto rendimento enfrentaram essa realidade.

Para o responsável, em Cabo Verde o trabalho de prevenção e sensibilização tem sido reforçado pela colaboração entre o Comité Olímpico, o Comité Paralímpico e a ONAD-CV, mas persistem dificuldades.

“Muitos dos nossos atletas de alto nível estão fora do País, e isso torna o seguimento e o acompanhamento ainda mais complexos. É preciso mais parcerias, mais resiliência e mais coordenação para garantir o desporto limpo”, afirmou.

Bejarano ressaltou ainda o papel da presidente do Comité Olímpico Cabo-verdiano, Filomena Fortes, também membro da ONAD Internacional, como uma aliada importante na implementação dos programas de combate à dopagem.

“Não se trata apenas de desporto. O consumo de drogas acaba por ter impacto na sociedade e nos jovens. É por isso que insistimos numa abordagem de família, em que todas as instituições trabalham em sintonia”, reforçou.

O presidente do Comité Paralímpico considerou fundamental manter a cooperação entre todas as entidades ligadas ao desporto em Cabo Verde, frisando que “correr ou competir não é apenas chegar à pista”, mas sim fruto de um esforço conjunto entre atletas, técnicos e instituições.

KA/SR//HF

Inforpress/Fim

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