Porto Novo, 10 Out (Inforpress) – A mobilização de água está entre os maiores desejos dos agricultores no município do Porto Novo, em Santo Antão, que voltaram hoje a propor ao Governo a retoma do programa de prospecção de água subterrânea.
Desde Chã de Branquinho, passando por Alto Mira, Ribeira da Cruz, Chã de Norte, Ribeira das Patas até à Ribeira Fria, os agricultores apontam o aumento de disponibilidade de água para a agricultura como sendo uma das maiores aspirações.
Em Chã de Branquinho, o porta-voz dos agricultores, Octávio Inocêncio, disse que há muitos terrenos que deixaram de ser cultivados devido à pouca disponibilidade de água nesse vale, insistindo na recuperação da barragem subterrânea local, que pode mobilizar 350 mil metros cúbicos/ano.
“Há vários anos que a barragem está inoperante, depois de sofrer danos durante as cheias de 2016. Enquanto isso, muita água continua a perder-se para o mar em Chã de Branquinho”, lamentou este agricultor.
Em Alto Mira, o representante da associação local dos agricultores, Idarlino Fortes, confirmou que a mobilização de água subterrânea tem sido uma constante reclamação dos lavradores, sobretudo, na parte mais alta deste vale (primeiro povoado e Faial), onde as nascentes têm sofrido muito com a seca.
“Há muito tempo, enviamos ao Ministério da Agricultura e Ambiente uma exposição a manifestar o nosso desejo de ver executado um furo no primeiro povoado de Alto Mira”, lembrou este responsável, insistindo nessa necessidade.
Na Ribeira da Cruz, mais precisamente em Morro Cavalo, a associação dos agricultores informou que é necessário nesta altura duplicar a quantidade de água disponibilizada a esse perímetro para atender às necessidades dos 52 lavradores.
José Lima, líder desta associação, explicou que os agricultores em Morro Cavalo precisam, neste momento, de 150 metros cúbicos de água por dia para resolver os constrangimentos em termos de irrigação.
Actualmente, são disponibilizados apenas 80 metros cúbicos de água diariamente.
Em Chã de Norte, a associação local dos agricultores têm estado a insistir na necessidade de o Governo avançar para a execução de um segundo furo nessa localidade, com mais de meia centena de lavradores, uma vez que o único furo não tem conseguido atender à demanda.
Na Ribeira das Patas, o representante da Associação para o Desenvolvimento Integrado, Arlindo Delgado, confirmou que a mobilização de água deve ser considerada pelo Governo como o principal investimento na agricultura.
Este responsável diz que, por causa da seca, as nascentes não têm de conseguir responder às necessidades dos agricultores, razão pela qual se pede ao Governo a exploração de água subterrânea, acreditando que Ribeira das Patas tem “um grande potencial” a esse nível.
O Governo já anunciou o ordenamento da bacia hidrográfica da Ribeira das Patas, cujo principal propósito é a mobilização de água subterrânea.
No vale da Ribeira Fria, os agricultores locais desejam também a execução de um segundo furo com vista ao aumento da dissipabilidade de água para agricultura e criação de novas zonas de regadio, soube a Inforpress junto da associação de classe.
Também, o delegado do Ministério da Agricultura e Ambiente no Porto Novo, Joel Barros, defendeu recentemente a necessidade de o Governo prosseguir com a prospecção de água subterrânea neste município.
Joel Barros disse que Porto Novo tem uma grande extensão de terrenos que pode ser utilizada para a prática de agricultura e que o Governo deve continuar com o programa de perfuração para aumentar a disponibilidade de água.
O Ministério da Agricultura e Ambiente já anunciou um programa de perfuração para o município de Porto Novo, que prevê a execução de dez furos.
JM/AA
Inforpress/Fim
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